Emendas parlamentares alimentam corrupção eleitoral

Arte: Blog do Pávulo

Por JG 

O Congresso Nacional transformou as emendas parlamentares na mais escancarada engrenagem de corrupção eleitoral institucionalizada no Brasil. O que deveria ser um instrumento legítimo de investimento público virou moeda de troca para garantir reeleições, manter currais eleitorais e chantagear o governo federal. É um esquema bilionário sustentado pelo orçamento público e operado à sombra da legalidade.

As emendas, principalmente as chamadas “emendas pix”, são hoje a principal forma de compra de votos – não no Congresso, mas no chão da realidade brasileira, onde prefeitos, vereadores e cabos eleitorais alimentam máquinas políticas com verbas despejadas sem critério, fiscalização ou transparência. Deputados e senadores despejam recursos nos seus redutos em troca de apoio político e submissão eleitoral. Puro tráfico de influência financiado pelo contribuinte.

O Supremo Tribunal Federal já sinalizou que há desvio de finalidade. E o que faz o Congresso? Reage com chantagem. Quando o STF ou qualquer órgão de controle ameaça levantar o tapete, o parlamento responde travando votações, segurando pautas de interesse do governo e ameaçando cortar a torneira das emendas. Uma organização de pressão com verniz de legalidade.

No meio disso tudo, o governo Lula, mesmo ciente do vício, recua, negocia e cede. Refém de um Congresso que age como máfia institucional, o Planalto prefere a sobrevida política à ruptura do esquema. E assim a corrupção segue, camuflada sob o nome de “emenda”, irrigando bases eleitorais, fortalecendo caciques regionais e mantendo a velha política no comando.

É preciso dar nome aos bois: muitos parlamentares estão usando o orçamento da União como se fosse um cofre pessoal de campanha. Um verdadeiro assalto legalizado. E quem paga essa conta é o povo brasileiro, que vê escolas sem estrutura, hospitais em ruínas e estradas esburacadas, enquanto dinheiro público some em obras fantasmas, associações de fachada e convênios suspeitos.

Se nada mudar, a próxima eleição será vencida não por propostas, mas por quem mais distribuiu verbas. E o Congresso continuará sendo o balcão de negócios mais caro e corrupto do país.