Empresária quer R$ 246 milhões do ex-marido, ex-senador Gilberto Miranda, comprou a suplência de Amazonino Mendes

Gilberto Miranda, paulista de Ribeirão Preto (SP), foi suplente do ex-governador Amazonino Mendes, no mandato de senador que ele se desfez depois que se elegeu em 1990

Gilberto Miranda era/foi massagista do ex-presidente João Figueiredo 

 

A empresária Carolina Andraus Lane, 45 anos, está lutando nos tribunais paulistas para tentar abocanhar R$ 246 milhões do empresário Gilberto Miranda, 76 anos, ex-senador pelo Amazonas.

A disputa é pela fatia de uma fortuna bilionária do ex-parlamentar. É o que informa em seu site a revista Veja, nesta quinta-feira (14).

A briga foi o que restou dos 12 anos de casamento do casal, diz a revista.

“Segundo ela, o impressionante patrimônio era fruto do trabalho conjunto do casal, e não apenas de Miranda, que ficou com tudo”, acrescenta.

Mas, quem é (ou foi) Gilberto Miranda na política amazonense?

Gilberto Miranda, paulista de Ribeirão Preto (SP), foi suplente do ex-governador Amazonino Mendes, no mandato de senador que ele se desfez depois que se elegeu em 1990.

Amazonino ficou só um ano em Brasília, renunciou o cargo para disputar a Prefeitura de Manaus e pavimentar seu caminho de volta ao Governo do Estado.

Assim, Gilberto Miranda ficou com quase sete dos oito anos do mandato do titular.

À época, dele, no Amazonas, só se sabia se tratar de um lobista que fez fortuna atuando junto a empresas do Polo Industrial da Zona Franca (ZFM).

Seu pulo do gato, reportou à época o jornal O Globo, ajudar empresas que pretendiam se instalar na ZFM. Com contatos na burocracia federal, cuidava da documentação. Como contrapartida, em vez de honorários, pedia participação societária nas empresas.

A história dele é parecida com a de Lírio Parisotto, ex-suplente do senador Eduardo Braga (MDB).

Mas Gilberto Miranda não foi apenas suplente de Amazonino.

Mesmo tendo passado mais de seis anos sob crítica, pelo fato de ter se tornado um corpo estranho na bancada do Amazonas no Senado e se alinhar ao seu estado de origem, São Paulo, Miranda ainda conseguiu um novo mandato de senador, sem nunca ter recebido um voto.

Isso foi por intermédio do ex-governador Gilberto Mestrinho, de quem também foi suplente.

Nesse caso, não ficou tanto tempo na vaga, apenas quatro meses, de novembro de 2005 a março de 2006.

Mas, nesse caso, o ressurgimento dele como senador pelo Amazonas foi ainda mais surpreendente.

É que o primeiro suplente de Gilberto Mestrinho era seu filho João Thomé Verçosa de Medeiros Raposo. Este foi uma espécie de escudo usado para ofuscar a presença de Miranda na chapa, nas eleições de 1998.

Acontece que, quando Gilberto se licenciou, em 2005, o filho também se licenciou e abriu a oportunidade que o paulista cobrava.

Nos anos de 1980, Miranda já havia sido suplente de Carlos Alberto de Carli. Na época, era conhecido como professor de natação em Brasília.

 

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