Enseada do Educandos e Manaus Moderna “TERRA DE NINGUÉM”

Com as ações planejas da secretaria de segurança nas zonas norte e leste de Manaus, as mais violentas da capital, os criminosos buscam alternativas, de locais e maneiras de atuar, se voltando para a zona sul, que há tempos havia deixado de ser “zona vermelha”.

A proximidade com o Rio Negro, faz com que os moradores e empresários que atuam naquela região da cidade, sintam vontade de ter lanchas, canoas, botes, barcos. Mas há pelo menos um ano,  os anúncios de venda desses veículos automotores, aumentaram assustadoramente. O motivo é o alto índice de assaltos e assassinatos . Piratas que não pensam duas vezes em ceifar a vida de trabalhadores e pais de família que nos fins de semana se arriscam fazer passeios, ou mesmo pescar, na frente de Manaus.

A polícia como de costume é notificada, mas não se percebe investimento do governo do estado no batalhão de operações navais da polícia militar e nem tampouco o serviço de inteligência para identificar os autores de tantos crimes. Já virou uma indústria.

O empresário J.A.S.M, que pediu pra não ser identificado, há cinco anos  investiu em uma lancha o valor de R$ 100 mil.  Hoje, tenta vender a mesma por pelo menos a metade do dinheiro investido, com medo de perder a vida ou colocar um de seus familiares em risco.” Todos os dias os piratas atacam. Tomam lancha, bote, canoa. “Agem impunemente e da maneira que querem. As vezes quando estão sóbrios, aliviam as vitimas. Mas quando estão drogados, são super violentos. Aqui no Educandos todos sabemos disso, e nada podemos fazer !”, lamenta.

A menos de mil metros do Educandos, no porto da Manaus Moderna,  as histórias de furtos  e assaltos a embarcações comerciais e de passageiros se multiplicam. O dono de um box no Mercado Adolpho Lisboa, relata que todos os dias a bandidagem fatura alto na chegada dos barcos, seja roubando os passageiros ou carga. “Aqui todo mundo sabe que essa área, que deveria ser turística, é super perigosa. Mas apesar de milhares de famílias dependerem daqui, o poder publico não percebe a necessidade de investimentos sociais e de segurança” critica SMS, que solicitou não ser identificado.

A falta de cuidado com essa zona da cidade chama atenção porque no mês de junho é justamente nela que a Igreja Católica e seus milhares de fieis realizam a procissão em homenagem a São Pedro, o padroeiro dos pescadores.