Na manhã desta quinta-feira, dia 21, o delegado Adriano Felix, titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd), falou durante coletiva de imprensa realizada às 9h30, no prédio da unidade policial, sobre o cumprimento de mandados de prisão temporária por latrocínio em nome de Marcos Santos de Aguiar, 19, conhecido como “Marquinhos” ou “Gigante”, e Moisés Santarém Augustinho, 26.
De acordo com a autoridade policial, o crime teve como vítima o empresário Raimundo Nonato Campos e ocorreu no dia 15 de julho deste ano, na casa onde Raimundo morava, na Rua Guajuru, Conjunto Boas Novas, bairro Cidade Nova, zona Norte da capital. A vítima tinha 73 anos. A dupla foi presa pelas equipes da especializada na tarde de quarta-feira, dia 20, por volta das 15h, em pontos distintos do bairro Santa Etelvina, na zona Norte da capital. Conforme Felix, os infratores são considerados de alta periculosidade.
No decorrer da coletiva de imprensa, o titular da Derfd explicou que Marcos foi preso na casa onde morava com a família, na Rua do Areal. Já Moisés foi preso na residência de parentes, localizada nas proximidades da Rua da Carbrás. Os mandados de prisão temporária foram expedidos na última segunda-feira, dia 18 de setembro, pelo juiz Eliezer Fernandes Júnior, da 2ª Vara Criminal.
Adriano Felix ressaltou que ao longo das diligências em torno do caso os policiais civis recuperaram uma mesa de som, botija de gás, máquina de solda, furadeira e uma força de som que pertenciam à vítima e tinham sido vendidas pelos infratores.
Em depoimento, Marcos informou que é ex-funcionário de uma microempresa de perfuração e instalação de poços artesianos, de propriedade de Raimundo. “Marquinhos” revelou que foi desligado da empresa por descumprir as ordens de serviços impostas pela vítima. O infrator alegou, ainda, que Raimundo teria ficado devendo a ele R$ 600, referente a um trabalho que ele não concluiu. Por esse motivo, o jovem resolveu roubar a casa do empresário, que morava sozinho, para tentar conseguir o dinheiro que a vítima estava devendo a ele.
O delegado informou que Marcos trabalhava com a vítima desde 2015. Após o desligamento dele, o jovem teria arquitetado o crime. Moisés foi convidado por “Gigante” para participar do delito. Ao chegarem ao imóvel, “Marquinhos” disse a Moisés que precisava matar o empresário ou então eles seriam delatados à polícia. Na ocasião, o ex-funcionário segurou a vítima enquanto Moisés a atacou com um martelo, desferindo vários golpes, utilizando a ferramenta, no rosto de Raimundo.
Durante a ação criminosa a dupla roubou um veículo da montadora Toyota, modelo Corolla, de cor verde, além de aparelhos eletrônicos e objetos de valor encontrados na residência da vítima. O titular da Derfd disse, ainda, que o corpo do empresário foi encontrado pelos familiares três dias após o crime. Na delegacia, Marcos e Moisés foram indiciados por latrocínio. Adriano Felix representou à Justiça o pedido de prisão preventiva dos infratores, que irão aguardar a conversão dos mandados na carceragem da unidade policial.
Comoção
A coletiva de imprensa foi marcada por muita comoção e revolta por parte dos familiares e amigos de Raimundo, que estiveram presentes na especializada. A neta da vítima, a enfermeira Karla Campos, 22, confirmou que Marcos era ex-funcionário da família e que ainda teria comparecido ao enterro do avô. Ela agradeceu o empenho da equipe da Derfd na elucidação do caso.
“Marcos chegou a morar com o meu avô. Nunca poderíamos imaginar que ele seria o mandante do crime. Meu avô era muito querido por todos. Fizeram isso após ele ter aberto as portas da casa dele. Ele confiou. Jamais abriria a porta para um estranho. Cometeram o crime de forma covarde, cruel. Não tivemos oportunidade de velá-lo, ter um último instante com ele. A Justiça está sendo feita, graças a Deus”, argumentou a enfermeira.