LONDRES – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (6) que representantes norte-americanos e chineses vão se reunir na próxima segunda-feira, 9 de junho, em Londres, para retomar as negociações sobre um novo acordo comercial entre as duas maiores potências econômicas do planeta.
Segundo Trump, a delegação americana será composta pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, pelo secretário do Comércio, Howard Lutnick, e pelo embaixador Jamieson Greer, representante comercial dos EUA.
“A reunião deverá ocorrer com grande sucesso. Agradecemos a atenção dispensada!”, publicou o presidente em sua conta no Truth Social, um dia após conversar por telefone com o presidente chinês, Xi Jinping.
Clima tenso, mas com avanços diplomáticos
A expectativa do encontro ganhou força após Trump declarar que ele e Xi conseguiram resolver parte das “complexidades” do conflito tarifário, destacando que a conversa entre ambos teve um “resultado muito positivo para os dois países”. Xi, por sua vez, afirmou que a China está cumprindo seriamente o acordo firmado em Genebra e reiterou que “diálogo e cooperação são a única escolha correta”.
Ainda assim, o clima é de cautela, já que os dois países vêm se estranhando desde o início do ano, quando Trump anunciou um tarifaço que afetou especialmente os produtos chineses. Mesmo com um acordo provisório de 90 dias assinado em maio, a confiança entre as partes segue abalada, e os impasses se acumulam.
“Gosto do presidente Xi. Sempre gostei e sempre gostarei. Mas ele é muito duro e extremamente difícil de fazer um acordo”, escreveu Trump recentemente, reconhecendo os desafios nas negociações.
Acordo comercial: entre avanços e retrocessos
No último dia 30, Trump acusou a China de violar os termos do acordo temporário firmado em Genebra. A resposta veio rápido: o Ministério do Comércio chinês classificou a acusação como “infundada” e garantiu que o país tomaria medidas firmes para proteger seus interesses.

Na prática, a nova rodada de negociações tenta evitar uma nova escalada da guerra tarifária, que já provocou uma série de retaliações mútuas entre os dois países. As tarifas sobre os produtos chineses já ultrapassam 145%, enquanto a China reagiu impondo até 84% sobre produtos americanos.
Impacto global e expectativa do mercado
Com a reunião em Londres se aproximando, os mercados financeiros globais acompanham atentamente os desdobramentos do embate comercial. A retomada do diálogo é vista como um alívio temporário para investidores, mas ainda cercada de incertezas quanto à efetividade de um novo acordo.
A expectativa é que o encontro entre as delegações possa restabelecer a confiança entre as duas potências e evitar um novo ciclo de retaliações, que afetaria diretamente as cadeias globais de suprimentos e o crescimento econômico mundial.