A Xiaomi, gigante chinesa da tecnologia, enfrenta um novo obstáculo geopolítico: a pressão dos Estados Unidos deve impedir a empresa de avançar no desenvolvimento do seu aguardado chip XRING O2, baseado no processo de fabricação de 2 nanômetros.
Considerado um marco histórico, o chip proprietário XRING O1 colocou a Xiaomi no mesmo patamar tecnológico de pesos-pesados como Qualcomm, MediaTek e Apple, graças à sua produção com litografia de 3 nm pela TSMC. Contudo, esse avanço irritou profundamente as autoridades norte-americanas.
Como consequência, o Departamento de Comércio dos EUA bloqueou a exportação de ferramentas EDA (Electronic Design Automation) para empresas chinesas — medida que atinge diretamente a Xiaomi. Tais softwares são essenciais para projetar chips de última geração, como os de 2 nm, e são fornecidos majoritariamente por empresas ocidentais, agora proibidas de negociar com o mercado chinês.
Segundo o conhecido leaker Digital Chat Station, a Xiaomi ficará “limitada” ao processo de 3 nm por um longo tempo. Assim, para equipar o futuro Xiaomi 16 com um chip de 2 nm, a empresa terá de recorrer ao Snapdragon 8 Elite Gen 2 da Qualcomm ou ao MediaTek Dimensity 9500. Entretanto, analistas alertam: ninguém sabe até quando essa opção permanecerá viável.

Aliás, cresce entre especialistas o temor de que a Xiaomi sofra o mesmo destino da Huawei, que teve seu avanço no setor de chips drasticamente interrompido pelas sanções dos Estados Unidos.
Diante desse cenário incerto, Lei Jun, CEO e fundador da Xiaomi, já articula planos estratégicos. Além de investir no desenvolvimento de chips proprietários, a empresa também estuda a criação de um sistema operacional alternativo ao Android — sem a necessidade de suporte do Google.
O impasse evidencia como a guerra tecnológica entre China e Estados Unidos continua a moldar o futuro da indústria global de semicondutores, limitando a inovação de empresas como a Xiaomi e redefinindo o equilíbrio do setor.