A falta e redução na distribuição dos itens da merenda escolar pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) na capital e no interior do Amazonas serão investigadas pelo Conselho de Alimentação Escolar (CAE), informou o presidente do CAE, Jezanias Rosa de Souza.
Ele disse que que o CAE solicitou, por ofício, informações da Seduc sobre as denúncias de falta de itens da merenda em diversas escolas, mas não obteve resposta.
Diante da omissão das informações, o conselho entrará em campo para apurar as reclamações de gestores e pais de alunos in loco.
“Solicitamos esclarecimentos sobre tudo que foi veiculado. Até o presente momento não tivemos o retorno. Contudo, na semana passada, tivemos a primeira reunião (de 2018) do colegiado, onde toda essa situação foi debatida, de forma que ficou deliberado que cada conselheiro irá visitar as escolas para averiguar a execução da merenda escolar pelo PNAE”, afirmou Jezanias, referindo-se ao Programa Nacional de Alimentação Escolar do governo federal.
Ele disse ainda que ficou decidido que no próximo dia 13 de março, o conselho voltará a reunir para juntar todas as informações colhidas pelos conselheiros para, então, ser produzido um relatório a ser enviado à Seduc e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que faz repasses milionários à Seduc para garantir a merenda aos alunos. “Vamos dar conta de toda a situação apurada e, consequentemente, cobrar medidas cabíveis”, afirmou o presidente do Conselho de Alimentação Escolar.
Escolas do Estado param por falta de merenda e Seduc nega crise
Jezanias destacou que ele está visitando cidades do interior do Estado, nesta semana, para apurar as denúncias de falta de merenda nas escolas, mas que só poderia relatar as informações obtidas após a entrega do relatório oficial à Seduc e ao FNDE.
“Investimento”
No mês passado, a Secretaria de Estado da Educação informou que investiu R$ 75 milhões na merenda escolar, o que foi rebatido por membros de entidades sindicais que representam professores e profissionais da Educação no Estado.
Mas, segundo a Seduc, o valor investido em merenda será ampliado “assim que a secretaria finalizar outros processos de compra de itens”, mesmo com os “depósitos cheios” nas escolas.
Na nota enviada à imprensa, a pasta informa que a merenda oferecida aos estudantes conta com recursos federais provenientes do Programa Nacional de Alimentação Escolar, além de recursos estaduais do Programa de Regionalização da Merenda Escolar (Preme) e também da agricultura familiar.
Suco de folhas
Duas semanas após a Secretaria de Educação informar sobre os investimentos em merenda escolar, servidores da Seduc vazaram imagens de copos de suco de folha de jambeiro sendo servidos com biscoitos a alunos da Escola Estadual Marechal Hermes, localizada no bairro Lírio do Vale 1, Zona Oeste de Manaus.
Na ocasião, foi informado que o cardápio foi elaborado com base na orientação da nutricionista e autorização da gestora da unidade escolar. Mas, segundo funcionários da Seduc, na verdade, a escola adotou a medida por falta de itens alimentícios para a preparação de uma refeição mais nutritiva às crianças.
Fonte: Amazonas 1