O general da reserva Augusto Heleno foi alvo de monitoramento pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante seu comando no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), segundo investigadores da Polícia Federal. Esse acompanhamento foi realizado por meio do programa de vigilância “FirstMile”, que rastreava a localização de celulares em todo o território nacional. A informação é do jornal “O Globo”.
Segundo informações obtidas na investigação, um número de celular usado por Heleno foi consultado 11 vezes no “FirstMile” em maio de 2020. O aparelho telefônico sujeito à vigilância da Abin era designado para uso “funcional”, ou seja, relacionado a questões de trabalho, e não estava registrado em nome do militar para evitar rastreamento. Isso sugere que alguém próximo ao ex-ministro estava ciente de seu uso dessa linha telefônica.
A possibilidade de Heleno ter sido alvo da “Abin paralela”, que realizava atividades de espionagem ilegais, surpreendeu os investigadores. Isso porque o ex-ministro é suspeito de liderar uma estrutura informal de inteligência durante o governo Bolsonaro, envolvendo a infiltração de agentes em campanhas em 2022, conforme admitido por ele próprio em uma gravação de uma reunião ministerial obtida pela Polícia Federal. Uma das suspeitas dos investigadores é que o monitoramento de Heleno foi resultado de desconfiança de Bolsonaro em relação a aliados próximos.