
A guerra entre Israel e Irã entrou no seu terceiro dia com o ataque mais mortal até agora contra o território israelense. Na madrugada deste domingo (15), o Irã lançou duas ondas de mísseis balísticos que deixaram 11 mortos e cerca de 200 feridos, além de provocar destruição em cidades como Bat Yam e Tamra, próximo a Tel Aviv e Haifa.
Ao mesmo tempo, Israel revidou com intensidade, mirando o Ministério da Defesa do Irã, depósitos de petróleo e bases militares, inclusive com ataques cirúrgicos contra altos comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana. Entre os mortos, está o chefe de inteligência Mohammad Kazemi, além de outros dois generais, segundo informou a agência estatal Irna.
Alerta máximo em Tel Aviv e Teerã
A escalada militar atinge níveis sem precedentes. Bat Yam foi palco do pior ataque: um míssil iraniano atingiu um prédio residencial, matando sete civis, incluindo duas crianças. Em Tamra, quatro mulheres árabes da mesma família morreram após o desabamento de sua casa. Moradores denunciaram a falta de abrigos públicos.
Do outro lado, Israel alega que interceptou uma nova leva de mísseis neste domingo e promete retaliações ainda mais duras. “Vamos arrancar a pele da cobra iraniana, dentro e fora de Teerã”, afirmou o ministro da Defesa Israel Katz, referindo-se ao alvo central das ofensivas: a infraestrutura nuclear do Irã.
Trump veta plano de assassinato e prega acordo nuclear
Nos bastidores, a guerra política também ferve. Segundo fontes ouvidas pela Reuters, Donald Trump vetou um plano israelense para assassinar o líder supremo do Irã, Ali Khamenei. Em entrevista à Fox News, o premiê Netanyahu se recusou a comentar a informação, mas admitiu que uma mudança de regime em Teerã pode ser uma consequência do conflito, já que, segundo ele, “a teocracia está enfraquecida”.

Apesar do veto, Trump publicou em sua rede social Truth Social que “um acordo entre Israel e Irã acontecerá em breve”, reforçando que os EUA só entrarão na guerra se tropas americanas forem atacadas diretamente.
Envolvimento americano e o risco de uma guerra global
Embora os Estados Unidos já estejam envolvidos indiretamente — utilizando porta-aviões para interceptar mísseis vindos do Iêmen e do Irã —, a Casa Branca se recusa a autorizar ações ofensivas, ao menos por enquanto. Segundo analistas, um envolvimento direto de Washington poderia acionar uma guerra de proporções globais, colocando potências como Rússia, China e Turquia no tabuleiro.
Estreito de Hormuz em risco e temor de expansão regional
Teerã ameaça fechar o Estreito de Hormuz, por onde circulam mais de 30% do petróleo e 20% do gás natural liquefeito do planeta. Isso inclui cerca de 90% da produção de petróleo da Arábia Saudita. A medida seria catastrófica para a economia global e aumentaria a pressão sobre Emirados Árabes, Qatar e Arábia Saudita, que podem ser arrastados para o conflito — direta ou indiretamente.
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Com a morte de 14 israelenses e 224 iranianos até o momento, a guerra assume um caráter psicológico e estratégico. Ainda que Israel detenha superioridade militar, falta a Tel Aviv armamento capaz de destruir instalações nucleares subterrâneas do Irã, como as bombas MOP, que apenas os Estados Unidos possuem.
Se a escalada continuar, o Oriente Médio pode assistir a um novo capítulo de conflito armado em larga escala, envolvendo múltiplas nações e interesses globais — com o risco real de uma guerra sem precedentes.