Nos Estados Unidos, um juiz divulgou o mandado de busca da residência de Mar-a-Lago do ex-presidente Donald Trump, na Flórida, além dos documentos relacionados às investigações. A operação de busca ocorreu nesta segunda-feira (8).
Um dos documentos recém-abertos é um “recibo” de mandado de busca listando os itens que o FBI coletou em Mar-a-Lago.
Esse documento revela que agentes do FBI removeram mais de 20 caixas do resort e residência do ex-presidente Donald Trump em Palm Beach, Flórida, bem como pastas de fotos, conjuntos de materiais governamentais classificados e pelo menos uma nota manuscrita.
Documentos “ultrassecretos”
Agentes federais apreenderam apenas um conjunto de documentos “top secret/SCI”, de acordo com o recibo do mandado de busca. Os agentes levaram quatro conjuntos de documentos “ultrassecretos”, três conjuntos de documentos “secretos” e três conjuntos de documentos “confidenciais”.
O recibo do mandado não detalhava do que se tratavam esses documentos confidenciais.
Entre os itens está um documento sobre o perdão de Roger Stone, um fiel aliado de Trump que foi condenado em 2019 por mentir ao Congresso durante sua investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016.
O material relacionado a Stone, retirado de Mar-a-Lago, foi listado no recibo do mandado como “Executive Grant of Clemency re: Roger Jason Stone, Jr.”
Trump perdoou Stone antes de deixar o cargo, protegendo Stone de uma pena de prisão de três anos.
Não está claro como o documento relacionado a Stone, apreendido durante a busca, está ligado à investigação criminal mais ampla sobre o possível manuseio incorreto de materiais classificados por Trump.
Um porta-voz de Stone disse à CNN: “O Sr. Stone não tem conhecimento dos fatos que cercam seus documentos de clemência que aparecem no inventário de itens apreendidos na casa do ex-presidente Trump em Mar-a-Lago”.
Durante a busca, os agentes do FBI também recuperaram material sobre o “presidente da França”, segundo o recibo do mandado.
Mandado foi assinado três dias antes da busca
O mandado de busca foi assinado pelo juiz federal Bruce Reinhart na sexta-feira, 5 de agosto, às 12h12 do horário local, de acordo com o documento, três dias antes das buscas na mansão de Donald Trump.
Agentes do FBI esperaram até segunda-feira desta semana para executar a busca.
E na sexta-feira (12), Reinhart aprovou a divulgação do mandado a pedido do Departamento de Justiça e depois que os advogados de Trump concordaram com a liberação.
Advogada de Trump assinou recibos de mandado de busca
Os recibos do mandado foram assinados pela ex-advogada do presidente Trump, Christina Bobb, que desde então falou sobre sua presença em Mar-a-Lago durante a busca.
Bobb reclamou do fato de que ela e outros advogados de Trump não foram autorizados a observar a busca enquanto ela acontecia, mas não é procedimento padrão do FBI permitir observadores durante uma busca.
Ela assinou dois “recibos de propriedade”, que listam os itens que o FBI tirou de Mar-a-Lago.
Bobb assinou esses recibos às 18h19, quando os agentes federais estavam encerrando sua busca durante todo o dia. A advogada é uma conhecida promotora de teorias da conspiração pró-Trump, inclusive durante seu cargo anterior na OAN, o canal de TV de extrema direita.
A CNN informou anteriormente que Bobb desempenhou um papel de liderança nos esforços de campanha de Trump em dezembro de 2020 para apresentar listas de eleitores falsos do Partido Republicano em sete estados.
Veja o mandado divulgado pela Justiça nos Estados Unidos: