Julgada na Tailândia ‘call girl’ que diz ter revelações sobre Trump

O russo Alexander Kirillov, 'guru do sexo', chega a um tribunal em Pattaya em 17 de abril de 2018 - #Blogdopavulo

Uma “call girl” bielorrussa julgada nesta terça-feira (17) na Tailândia acusou Washington de tentar silenciá-la depois de suas ameaças de fazer revelações sobre o papel da Rússia nas eleições americanas.

“Nos enganamos, não é o Estado russo que tenta nos prender, são os americanos”, acusou Anastasia Vashukevich ao final da audiência, antes de entrar em uma viatura que a levou de volta à prisão preventiva.

“Por que tentam evitar que revelemos a informação que temos?”, acrescentou.

As embaixadas de Rússia e Estados Unidos na Tailândia não se manifestaram.

Anastasia Vashukevich, uma modelo mais conhecida como Nastia Rybka, foi detida no final de fevereiro com um grupo de outros nove estrangeiros que organizavam cursos de “formação sexual” na estação balneária de Pattaya.

As acusações da jovem chamaram atenção, já que ela é uma “acompanhante de luxo” que frequentou a elite política russa e que tem um processo em aberto na Rússia por ter filmado Serguei Prijodko, vice-primeiro-ministro russo, a bordo do iate do milionário Oleg Deripaska.

O vídeo viralizou depois de ser postado pelo opositor russo Alexei Navalny.

Oleg Deripaska, que tem vínculos com o ex-diretor de campanha de Donald Trump, Paul Manafort, negou qualquer relação com Anastasia Vashukevich e com Alexander Kirillov, “guru do sexo” à frente de um grupo de instrução sexual detido na Tailândia.

– Saudação a Oleg Deripaska –

“Quero saudar Oleg Deripaska”, disse a jovem bielorrussa na saída da audiência, “desculpando-se” com ele antes de dirigir suas acusações contra os Estados Unidos diante das câmeras.

“Por que querem esconder essa informação do resto do mundo e dos jornalistas?”, acrescentou a jovem, assegurando que seu telefone e computador foram confiscados com este fim.

Em um primeiro momento, a Tailândia acusou Anastasia Vashukevich e seus seis colegas “instrutores sexuais” de trabalharem sem permissão legal, mas agora devem responder a acusações de “prostituição” e “organização criminosa”.

Nesta terça-feira, segundo a defesa, o primeiro caso de trabalho ilegal foi rechaçado durante essa audiência a portas fechadas. Espera-se uma nova audiência nos próximos dias sobre o segundo caso.

A jovem chamou a atenção da imprensa internacional depois de publicar um vídeo no Instagram, oferecendo revelações aos jornalistas americanos.

“Tentam nos colocar na cadeia. Por isso, estou pronta para revelar as peças que faltam do quebra-cabeças (…) sobre as eleições americanas”, disse neste vídeo.

Pattaya, frequentada por vários turistas russos, é famosa por ser um lugar de prostituição e crime na Tailândia.

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Um informe da UNAIDS avaliava em 2014 em 140 mil a quantidade de trabalhadores do sexo no país. Somente em Pattaya haveria milhares nessa atividade, ilegal na Tailândia.

Pattaya se desenvolveu como centro de prostituição há meio século, quando os militares americanos iam para lá para tentar esquecer dos horrores da Guerra do Vietnã.