Justiça ordena que deputado bolsonarista exclua vídeos em que chama Moraes de déspota

***FOTO DE ARQUIVO*** BRASILIA, DF, BRASIL, 17-06-2020 - O deputado Otoni de Paula (PSC-RJ). O presidente Jair Bolsonaro participa, ao lado do vice presidente Hamilton Mourão, da primeira dama Michelle Bolsonaro, do presidente da câmara deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), do presidente do STF Ministro Dias Toffoli, dentre outras autoridades, de cerimônia de posse do novo ministro das Comunicações, o deputado Fábio Faria (PSD-RN), no Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça de São Paulo determinou que o deputado bolsonarista Otoni de Paula (PSC-RJ) retire de suas redes sociais vídeos em que chama Alexandre de Moraes de “déspota” e “canalha”.

A ação de indenização por dano moral foi movida pelo ministro do STF. Na decisão liminar, o juiz Guilherme Madeira Dezem escreve que “não é possível que se utilize da liberdade de expressão como escudo para a prática de crimes contra a honra”. Ele fixou multa diária de R$ 50 mil a cada dia que os vídeos permaneçam no ar. Atualmente, eles estão nas contas do deputado no Twitter, no Facebook e no Instagram.

Nos vídeos, Otoni diz que não será calado por Moraes.

“O senhor é um canalha. Prestar um desserviço à sociedade brasileira. O senhor é tudo menos um democrata. E o senhor não vai calar este deputado. Não vai porque eu não coloquei o meu caráter no balcão de negócios. Não fiz do meu nome o que o senhor fez do seu. Tenho honra, ministro”, diz Otoni em um dos vídeos, datado de 17 de junho.

Nos comentários, o secretário especial da Cultura, Mario Frias, parabeniza o deputado.

Otoni era vice-líder do governo na Câmara até o começo de julho. Em gesto ao STF, Bolsonaro decidiu substituí-lo pelo deputado Maurício Dziedricki (PTB-RS).

Otoni foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República pelos crimes de difamação, injúria e coação no inquérito que investiga atos antidemocráticos, sob relatoria de Moraes.

Na semana passada, Leandro Cavalieri, um aliado que se apresentava como seu assessor parlamentar, dirigiu-se até a casa do youtuber Felipe Neto e o ameaçou. Otoni reconheceu ser próximo de Leandro, mas disse que ele nunca foi seu assessor.