Novo boletim de monitoramento do Rio Paraopeba aponta que a lama de rejeitos da Vale avançou 98 quilômetros a partir da barragem que se rompeu em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte.
A informação foi divulgada pelo Serviço Geológico Brasileiro nesta quarta-feira (30), às 19 horas.
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A mistura de rejeitos e água (pluma) está a cerca de 4 quilômetros da montante da ponte da MG‐060, sobre o rio Paraopeba, no município de São José da Varginha. Na medição anterior, na terça-feira (29), a lama estava 13 quilômetros atrás.
Não há previsão sobre uma possível chegada da lama à represa do Retiro Baixo, na cidade de Pompéu (MG), o que chegou a ser divulgado nos primeiros boletins.
A velocidade da lama, que chegou a mais de 1 km/h nos primeiros dias após a tragédia, estava, nesta terça-feira, entre 0,25 metros por segundo e 0,35 metros por segundo, não foi divulgada nesta quarta-feira. Houve diminuição da turbidez ao longo do rio Paraopeba, no trecho entre Brumadinho e Mário Campos, indicando que está ocorrendo uma deposição dos sedimentos.
Para impedir que os rejeitos de minério sigam rio abaixo e prejudiquem o abastecimento de água na região de Pará de Minas, a Vale divulgou um plano e começou a instalar barreiras de contenção.
A medida pode também impedir que a lama chegue à bacia do Rio São Francisco – afetada gravemente com o rompimento da barragem de Mariana, há 3 anos.
O plano foi apresentado nesta quarta-feira ao Ministério Público e aos órgãos ambientais, segundo informou a companhia. A área impactada foi dividida em três trechos, onde serão realizadas diferentes medidas de contenção e recuperação.
O sistema de captação de água de Pará de Minas, no rio Paraopeba, será protegido por três barreiras de retenção. São 115 quilômetros de distância entre a captação do município e a barragem 1, que se rompeu.
O rompimento da barragem em Brumadinho devastou a área administrativa da Vale, casas e propriedades da região. Segundo o último balanço divulgado pelos bombeiros, na noite de quarta-feira, havia 99 mortes confirmadas e 259 pessoas continuavam desaparecidas.