O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem aproveitado as férias no Congresso para esticar a corda na negociação dos ministérios com o Centrão. Sabe que, neste momento, não há risco de discursos inflamados em plenário e nem matéria para votação que exija articulação imediata a fim de evitar derrotas.
Lula escolheu blindar o Ministério do Desenvolvimento Social, alvo do Centrão, e autorizou a ministra do Esporte, Ana Moser, a viajar na semana que vem. A Pasta é cobiçada pelo deputado Silvio Costa Filho, do Republicanos.
A aposta, no entanto, é que o presidente vai tirar força dessa estratégia em agosto, com a volta do Congresso em férias, e fazer uma contraproposta para ter no governo Republicanos e o PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL). No início do próximo mês, a Câmara vai concluir a votação do arcabouço fiscal.
PP e Republicanos foram duas legendas decisivas para a aprovação da reforma tributária na Câmara, Casa que pode voltar a apreciar o texto se o Senado alterá-lo.
Segundo apurou a Coluna, Arthur Lira, após entregar o prometido na votação da pauta econômica, avisou que está disposto a estabelecer “um pacto de governabilidade a longo prazo”. A tradução política pode ser: está disposto a aderir ao governo, dependerá de Lula.
Roseann Kennedy/Estadão Conteúdo