Mais uma perseguição? Delegada-Geral Emilia Ferraz promove 80 delegados de polícia de 2014, deixando de fora somente o delegado João Tayah

“Eu não aguento mais. Eu só quero poder trabalhar em paz”.

Manaus – AM: Estas foram as palavras de desabafo do Delegado João Tayah. Sua vida não tem sido fácil, desde que a Delegada-Geral Emília Ferraz assumiu a gestão da Policia Civil.

João Tayah foi candidato a Vereador em 2020. Durante sua licença eleitoral, Emília Ferraz ordenou a instauração de quatro sindicâncias contra o delegado. Uma para cada crítica que fez ao governo estadual durante a campanha. A vontade de perseguir foi tanta, que a Delegada-Geral enviou à Corregedoria duas representações pelo mesmo fato. Constatada a duplicidade, a Corregedoria determinou o arquivamento imediato de uma das sindicâncias. As outras seguem em apuração.

Após a licença eleitoral, João Tayah foi surpreendido por uma nova ordem emitida pela Delegada-Geral, em novembro de 2020. Foi removido para São Paulo de Olivença, distante quase 1.000 km da capital, onde já desenvolvia suas funções há cinco anos. O delegado impetrou mandado de segurança e conseguiu permanecer em Manaus, atualmente trabalhando com muita dedicação na Delegacia da Mulher. Mas infelizmente as perseguições não pararam por aí.

No dia 30 de abril, foi publicada no Diário Oficial do Estado uma portaria da Delegada-Geral promovendo todos os delegados de polícia que ingressaram na instituição em 2014, da 3a para a 2a classe na carreira. Somente um delegado ficou de fora da promoção. Não foi uma surpresa saber que se trata do Delegado João Tayah. Caso as promoções se confirmem, João Tayah será o único delegado do Amazonas a permanecer sozinho na 3a classe, recebendo remuneração mensal inferior a todos os seus colegas de turma em aproximadamente R$ 3 mil.

Não se sabe a motivação de tantas perseguições da atual administração da Polícia Civil contra o citado delegado. Nem até quando irão perdurar. Mas é certo que quem perde mais é a população, que sofre com tanta violência e criminalidade no Amazonas, enquanto a Segurança Pública serve de instrumento político de perseguição contra possíveis opositores do governo.