Os dias de Mario Frias à frente da Secretaria Especial da Cultura do governo Jair Bolsonaro (PL) parecem estar contados. De acordo com uma reportagem da Folha, que ouviu servidores de diferentes órgãos do governo que falaram sob anonimato, a saída do ex-ator de ‘Malhação’ já é dada como certa nos corredores do Ministério do Turismo, pasta que chefia a secretaria.
Segundo a reportagem, a atual presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Larissa Peixoto Dutra, é cotada para assumir o cargo de Frias no início de março. A Secretaria Especial da Cultura não confirmou as informações.
A presidente do Iphan assumir a Secretaria Especial da Cultura pode ser um movimento estratégico, uma vez que em dezembro o Ministério Público chegou a pedir na Justiça seu afastamento da entidade, após a divulgação de um discurso do presidente Jair Bolsonaro na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), no qual ele afirma que demitiu diretores do Iphan após o órgão ter interditado uma obra do empresário bolsonarista Luciano Hang.
Recentemente, Frias esteve envolvido em uma polêmica ao gastar, junto de seu secretário-adjunto, Hélio Ferraz, R$ 78 mil reais em uma viagem a Nova York para tratar de um projeto com o lutador de jiu-jítsu Renzo Gracie.
Também viajaram com Frias e Ferraz o chefe de gabinete Raphael Azevedo, o secretário de Fomento, André Porciúncula, e o secretário de audiovisual, Felipe Cruz Pedri.
O deslocamento para a cidade norte-americana, que durou cinco dias com quatro compromissos oficiais na agenda, foi alvo de um pedido ao Tribunal de Contas da União (TCU) pelo Ministério Público (MP) vinculado ao órgão na sexta-feira (11) para que investigue os gastos da viagem.
O subprocurador-geral do MP junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, quer que o tribunal averigue “se a viagem custeada com recursos públicos possuía razões legítimas para existir atendendo ao interesse público ou se serviu para atender – às escusas da lei – interesse personalíssimo e privado”.
Por conta disso, Frias foi barrado diretamente pelo presidente Jair Bolsonaro de estar na comitiva presidencial que viajou à Rússia nesta semana.
*Com informações do Estadão Conteúdo.