Lotado no Ministério do Trabalho por indicação do PTB, o jovem Mikael Tavares Medeiros, com apenas 19 anos, entrou na pasta no cargo de Coordenador de Documentação e Informação em outubro do ano passado, com remuneração de pouco mais de R$ 5 mil.
No entanto, em dezembro, o ministro interino do Trabalho, Helton Yomura, deu a Mikael a função gestor financeiro, responsável por pagamento de contratos de fornecedores do ministério.
De lá até aqui, ele já autorizou repasses de até R$ 473 milhões, conforme revelou o jornal O Globo.
De acordo com a reportagem, a pasta vai tirar de Mikael a função de gestor de pagamentos. A portaria já foi assinada por Leonardo Arantes, secretário-executivo do ministério e sobrinho do líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO).
“A princípio, Mikael manteria o cargo de Coordenação de Documentação e Informação do ministério”, diz texto do repórter Vinicius Sassine.
O garoto nunca havia ocupado cargos em gestão. Seu emprego anterior era como vendedor em uma loja de óculos.
Denúncia eleitoral contra Cristiane Brasil também parou
No mesmo dia em que assumiu a função de gestor financeiro, Mikael, pelos registros de acesso ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, aparece como responsável pela ordem de pagamento de R$ 27 milhões à B2T, uma empresa de tecnologia suspeita de superfaturar contratos com a pasta.
Os pagamentos, de acordo com a reportagem, ocorreram no dia seguinte, no valor de R$ 22,49 milhões, e em 3 de janeiro deste ano, na quantia de R$ 4,5 milhões.
O jovem é filho do delegado da Polícia Civil Cristiomario de Sousa Medeiros, presidente do PTB em Planaltina de Goiás e aliado de Jovair Arantes.
Ele foi nomeado em outubro do ano passado, pelo então ministro Ronaldo Nogueira e apadrinhado pelo PTB.
O jovem é oficialmente filiado ao Partido da Mulher Brasileira (PMB).
O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, usou sua conta no Twitte para defender a exoneração de Mikael. “Errou quem resolveu colocar um jovem inexperiente em um cargo importante no MTb; pedi ao ministro Helton Yomura que exonere esse rapaz. Esse ministério é uma ‘cabeça de burro enterrada’ no partido”, disse o pai da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), indicada à ministra da pasta.
Cristiane havia sido nomeada ao ministério no dia 3 de janeiro, mas sua posse foi barrada na Justiça após a revelação de que a deputada havia sido processada e condenada na Justiça do Trabalho.