Ministros das Finanças da UE alcançam acordo sobre reforma da zona do euro

O ministro das Finanças de Portugal e presidente do Eurogrupo, Mario Centeno, em uma reunião em Bruxelas em 3 de dezembro de 2018

Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) chegaram a um acordo sobre a reforma da zona do euro para enfrentar futuras crises financeiras, menos ambiciosa, no entanto, que a desejada por países como a França.

“A reunião terminou após 18 horas de negociações”, escreveu no Twitter Luis Rego, porta-voz do presidente do Eurogrupo, Marico Centeno, após um encontro dos ministros europeus, sem a presença do representante do Reino Unido em consequência do Brexit.

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As propostas estabelecidas, que devem ser aprovadas pelos governantes do bloco durante uma reunião de cúpula na próxima semana, pretendem dotar as autoridades de uma caixa de ferramentas mais eficiente em caso de um impacto importante para a economia europeia.

Algumas propostas não foram concretizadas, como a criação do cargo de ministro das Finanças da Eurozona ou de uma espécie de Fundo Monetário Europeu, enquanto a ideia de adotar um orçamento específico para a Eurozona não avançou tanto como a França desejava.

“Temos um bom resultado. A reforma da zona do euro avança com passos decisivos”, tuitou o ministro alemão Olaf Schoz, enquanto o francês Bruno Le Maire celebrou a superação de uma “etapa importante que reforçará consideravelmente a zona do euro”.

Sobre a criação de uma capacidade fiscal para enfrentar crises econômicas, os países da UE adotaram uma posição menos ambiciosa que a defendida pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

A proposta final vincula esta capacidade fiscal ao reforço das reformas exigidas pela UE e não como uma ajuda para sobreviver a uma desaceleração econômica inesperada, como pretendia a França.

A Holanda foi, sem surpresas, o país mais reticente à criação de um orçamento da zona do euro, ao lado de vários Estados do norte da Europa.

Outra proposta difícil foi o avanço da União Bancária com a criação de um sistema europeu de garantia de depósitos, que tinha a forte oposição da Alemanha.

Berlim temia que os correntistas alemães acabassem pagando pelo resgate de instituições do sul da Europa, vistos como mal administrados e imprudentes.

Os ministros europeus concordaram em discutir a questão novamente em junho de 2019.

A respeito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), responsável pela ajuda aos países em crise, os ministros concordaram em estabelecer uma nova função: credos de última instância em caso de falência de um grande banco considerado sistêmico para a zona do euro.