Manaus – AM: O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, citou a falta de oxigênio nos hospitais de Manaus durante a pandemia de Cobid-19, em janeiro de 2020, para criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula se manifestou em cerimônia com prefeitos amazonenses para anunciar medidas de mitigação dos efeitos da seca no início da noite desta terça-feira (10). O presidente não citou o nome de Bolsonaro, mas a referência foi direta ao ex-presidente.
“Eu queria saber o que os outros presidentes fizeram no Estado do Amazonas. Além de uma pequena ponte em São Gabriel da Cachoeira, que foi inaugurada pelo ex-presidente, uma ponte de 17 metros, eu queria saber qual é a obra que foi feita aqui a não ser deixar faltar oxigênio para matar milhares de pessoas com a Covid-19”, declarou Lula.
Lula mencionou sua visita ao estado pela primeira desde que assumiu pela terceira vez a Presidência da República, em janeiro de 2023. Ele disse que ao chegar nos estados ele questiona quais as obras de infraestrutura foi feita no governo passado, porque segundo ele“ o país foi abandonado”. Lula afirmou que o ministro Renan Filho, em um ano, “já investiu mais em infraestrutura que o governo passado em quatro anos”.
Lula anunciou também a criação da Autoridade Climática, entidade concebida na campanha eleitoral de 2022 para cobrar das demais áreas do poder público o cumprimento de metas ambientais, mas que ainda não foi implementada. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, chegou a ser cogitada para ocupar o posto durante a transição de governo, o que não aconteceu.
“Nosso objetivo é estabelecer as condições para ampliar e acelerar as políticas públicas a partir de um plano nacional de enfrentamento aos riscos climáticos extremos. Nosso foco precisa ser a adaptação e preparação para o enfrentamento desse fenômeno Para isso, vamos estabelecer uma autoridade climática e um comitê técnico-científico que dê suporte e articule a implementação das ações do governo federal”, disse o presidente.
Sobre as queimadas, Lula disse que é proibido fazer queimadas fora de época e que pretende provar ser possível melhorar de vida sem destruir o ambiente. “A gente pensava que pegava fogo só no Pantanal, que pegava fogo só na Caatinga, que pegava fogo só na Mata Atlântica, que pregava fogo só na Amazônia. Não. Pegou fogo em 45 cidades no mesmo dia em São Paulo. E esse fogo é criminoso, é gente que está tentando colocar fogo para destruir esse país”, disse.
“Precisamos ter consciência que nós precisamos punir quem faz queimada. É proibido fazer queimada em época errada. Muitas vezes o companheiro pequeno produtor tenta fazer uma queimada na terrinha dele para fazer o roçado, mas ele pode perder o controle e aquilo pode destruir coisa que ele nem sabe que vai destruir”, acrescentou.
BR-319
Na solenidade, o presidente do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Fabricio de Oliveira Galvão, assinou o termo de contrato para a pavimentação dos primeiros 20 quilômetros do “lote C” da BR-319, dos 52 quilômetros que precisam de reparo e dispõem de licenciamento ambiental.
“Hoje a gente assina o contrato e inicia imediatamente as obras. E nós vamos licitar, nos próximos 30 dias, os 32 quilômetros que faltam”, prometeu o ministro.