Moraes apreende celular de bolsonarista com conteúdo antidemocrático

Renan da Silva Sena
Aparelho estava sob custódia da PCDF, mas indiciamento à Justiça fez com que ministro do STF determinasse acesso total ao conteúdo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou a apreensão e acesso ao telefone celular do extremista Renan da Silva Sena, defensor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dentro do inquérito o qual o magistrado relata sobre atos antidemocráticos. O caso está sob sigilo judicial.

A decisão de Moraes ocorreu após a Polícia Civil (PCDF) descobrir, no aparelho telefônico, informações relevantes sobre as investigações que já levaram à prisão o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) e, mais recentemente, o presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jefferson.

No fim de junho, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), apresentou queixa-crime contra Renan Sena pelos crimes de injúria e difamação contra o chefe do Executivo local.

Durante manifestos em Brasília, o bolsonarista acusou o titular do Palácio do Buriti de ser “corrupto” diante de autoridades policiais que tentavam conter o movimento.

Renan acabou indiciado pela polícia e o caso deixou a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), responsável pela fase inicial das investigações, e passou para o Judiciário, que determinou perícia no telefone do militante. O material está nas mãos do ministro.

No caso local entre Ibaneis e Renan, a audiência está prevista para ocorrer no próximo dia 30. Não houve acordo entre as partes.

Procurado pela coluna Janela Indiscreta, o advogado Paul Karsten Galleguillos Kempf de Farias, um dos responsáveis pela defesa de Renan Sena, afirmou que não comentaria o episódio.