Presidente do PTB foi denunciado pela PGR e é acusado de integrar organização criminosa contra democracia
O ministro Alexandre de Moraes manteve nesta terça-feira (31/8) a prisão preventiva de Roberto Jefferson, presidente do PTB. A defesa do ex-deputado alegava motivos de saúde para a soltura de Jefferson, preso no Rio de Janeiro desde o último dia 13. Jefferson foi denunciado pela PGR e foi preso acusado de integrar uma suposta organização criminosa digital contra a democracia.
Na decisão, Moraes escreveu que a defesa de Jefferson não apresentou provas sobre suas condições de saúde. E que, antes de ser detido pela PF, Roberto Jefferson não demonstrou “debilidade física”. Procurado, o advogado de Jefferson, Luiz Gustavo Cunha, afirmou que a decisão de Moraes é “surreal”. A coluna aguarda uma nota da defesa.
“O requerente, reiteradamente, postava em suas redes sociais vídeos atacando os Poderes da República e o Estado Democrático de Direito, sendo que, em muitas ocasiões portava armas de fogo, praticando tiro ao alvo; além de, ‘didática e criminosamente’ ensinar pessoas a agredir agentes públicos. Em nenhum desses momentos, demonstrou qualquer debilidade física que o impedisse da prática de seus afazeres diários. Tais alegações somente surgiram, coincidentemente, após a decretação de sua prisão preventiva e a notícia do oferecimento da denúncia pela Procuradoria Geral da República”, escreveu Moraes.
Além de considerar que Jefferson gozava de boa saúde antes da prisão por seus ataques a autoridades nas redes sociais, Alexandre de Moraes apontou que o presidente do PTB exercia normalmente sua gestão no partido e realizava “atividade política intensa”.
“Até a data da prisão exercia plenamente a presidência de partido político, realizando atividade política intensa — sem respeitar qualquer isolamento social —, inclusive com diversas visitas em gabinetes em Brasília, distante de sua residência no interior do Estado do Rio de Janeiro; a demonstrar sua aptidão física para viagens de longa distância”.
O ministro também afirmou que Roberto Jefferson segue cometendo crimes mesmo preso, inclusive insuflando a população contra o STF e o Congresso Nacional. Moraes destacou que Jefferson tem incitado esses ataques na manifestação pró-Bolsonaro que ocorrerá em 7 de Setembro.
“Roberto Jefferson, mesmo após ter sua prisão decretada, permanece a praticar condutas criminosas semelhantes às que ensejaram sua custódia preventiva e subsequente oferecimento da denúncia pela Procuradoria-Geral da República; inclusive, continuando a incitar a população para que pratique crimes contras os Poderes da República”, seguiu o ministro, enfatizando que o ex-deputado estimulou “graves agressões a senadores e ministros do Supremo, notadamente nos atos previstos para o próximo feriado nacional de 7/9/2021”.