MP, tá cego ou faz charme? As tramoias de David Reis sob a lente quebrada da impunidade

Arte: Blog do Pávulo

Por JG

Em Manaus, a política parece uma série mal dublada, e o Ministério Público do Amazonas (MPAM) parece assistir tudo com óculos embaçados — ou seria com as vistas grossas mesmo? O protagonista dessa tragicomédia atende pelo nome de David Reis, presidente da Câmara Municipal de Manaus, que, entre puxadinhos milionários, kits de vaidade e contratos suspeitíssimos, segue firme no cargo. E o MP? Mudo, cego e surdo?

1. “Puxadinho” de luxo: quase R$ 32 milhões no anexo II da CMM

Começamos com uma obra que, se não serviu pra muita coisa, pelo menos escancarou o espírito megalomaníaco do vereador. Entre 2021 e 2022, David Reis autorizou a construção do prédio anexo II da Câmara Municipal, apelidado de “puxadinho”. Um puxadinho, veja bem, de R$ 31,9 milhões. Dá pra puxar um bairro inteiro! E o MP? Não viu, não ouviu, não se manifestou. Talvez estivesse de férias em alguma sala refrigerada com verba pública.

2. Kit Selfie: a vaidade como política pública

Selfie é vida? Pois em Manaus, é orçamento público! A Câmara, sob o comando de Reis, resolveu que os 41 vereadores mereciam “kits de mídia” de primeira linha. Foram 42 câmeras de R$ 13,6 mil cada, mochilas de R$ 582, tripés, flashes, microfones e até ring lights — somando quase R$ 640 mil. Tudo isso para “divulgar as ações” dos nobres edis. Seria cômico, se não fosse pago por você, contribuinte. E o MP? De novo, ficou só no modo espectador. Será que achou que era só marketing?

3. Picapes e painéis solares: contratos que cheiram a queimado

Investigações apontam para um contrato de aluguel de 41 picapes a R$ 8 mil mensais cada, e outro com uma empresa de energia solar no valor de R$ 5,1 milhões. Aparentemente, a Câmara virou concessionária e usina ao mesmo tempo — tudo no papel, claro. A empresa JCS Comércio e Serviços de Energia Solar Ltda. teria sido agraciada com esse contrato milionário. E o MP? Sim, ele até sussurrou alguma coisa… mas até agora, ninguém viu um pingo de ação concreta. Vai investigar ou vai esperar o sol carregar as baterias da paciência do povo?

O Ministério Público do Amazonas deve explicações. Ou melhor: deve atitudes. Porque, enquanto David Reis opera como se fosse dono da Casa Legislativa, o órgão que deveria zelar pelo interesse público parece mais interessado em fazer silêncio institucional.

Será que a blindagem é à prova de lei? Ou só estão esperando o escândalo estourar em rede nacional pra fingir surpresa?

A verdade é que a omissão custa caro. E, em Manaus, quem paga é sempre o povo.

*Estamos investigando o programa de bolsas de estudo superior em Manaus, indícios de que, esposas, filhas e filhos de Vereadores cursam medicina com bolsas, mensalidades de 50% a 100% em universidade no bairro Flores.