“Não nasci para ser presidente, nasci para ser militar”. Então por que se candidatou, Bolsonaro?

Por Victor Lombardi

Passados mais de 100 dias do novo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), já está claro para todos como o político deverá seguir se comunicando com seus eleitores.
Nascido na internet e basicamente eleito por ela, é exatamente aqui que ele irá se manter nos próximos 4 anos (se seguir no poder).

Com base nas suas atividades na web, vamos resumir e comentar semanalmente os rumos que Bolsonaro e seus aliados têm dado para o Brasil. Agora, se me perguntarem se tenho alguma esperança de que vamos sair dessa melhor do que entramos, leiam até o fim e #descubram.

Bolsonaro começou a semana com uma viagem para Israel, onde se encontrou com o premiê Benjamin Netanyahu. Depois de visitar alguns locais históricos como o Muro das Lamentações e o Museu do Holocausto Yad Vashem, não demorou para criar polêmicas e se tornar assunto nas redes.

Durante sua passagem pelo memorial criado para que o mundo não se esqueça das atrocidades promovidas por Adolf Hitler, Bolsonaro fez questão de afirmar que o nazismo foi um movimento de esquerda, causando revolta e indignação. “Não há dúvida. Partido socialista, como é que é? Partido Nacional Socialista da Alemanha”. Ao final desta frase, pelo menos 39 professores de história precisaram receber atendimento médico em diversos países do globo.

As polêmicas do governo Bolsonaro não se limitam apenas ao presidente. Seus filhos têm provado ter herdado a genética do pai e não perdem a chance de promover bizarrices em suas redes sociais. Enquanto seu pai estava em Israel e era criticado por líderes palestinos por ignorar a região, Flávio Bolsonaro foi categórico: “Quero que vocês se explodam”, twittou — e depois apagou — o senador se referindo ao grupo Hamas. Diplomacia, a gente vê por aqui.

Ainda na Terra Santa, Bolsonaro nos mostrou mais uma vez sua verdadeira fissura no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mesmo com rival preso em Curitiba, o presidente fez questão de plantar uma árvore no Bosque das Nações e determinar que a dele ficaria maior do que a do petista. Será algum tipo de complexo?

Passada a vergonha internacional, voltamos ao solo tupiniquim. Bolsonaro desembarcou em Brasília precisando apagar o incêndio causado pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues. Sem ter para onde fugir, o presidente já sinalizou mais uma possível demissão.

Após o parlamentar ser duramente criticado pela jovem deputada Tabata Amaral (PDT) na Comissão de Educação da Câmera dos Deputados, seu trabalho foi colocado em xeque. Declarações de Vélez como uma ideia de reformulação dos livros didáticos para corrigir supostos erros na história do golpe militar de 1964 prejudicaram ainda mais sua imagem. A lição de Tabata pode ter sido a última experiência de Vélez na pasta (oremos).

Não podemos nos esquecer do Horário de Verão. Com o país vivendo uma das piores crises de emprego da história, escândalos no governo e outros diversos problemas que tornariam este texto ainda mais longo, Bolsonaro achou de suma importância colocar fim no amado e odiado horário.

Pouco depois, desabafou sobre as chamadas “caneladas” que tem dado durante seus primeiros meses de mandato. “Não nasci para ser presidente, nasci para ser militar”, disse em discurso no Palácio do Planalto. Então por favor, me responda: Por que não continuou sendo um capitão da reserva sem relevância na política nacional, Bolsonaro? Talvez pudéssemos dormir sem alguns absurdos seus (e ainda sair do trabalho de dia com o Horário de Verão). Aquele abraço.

Vaticano recebe pela primeira vez representantes de organizações LGTB

Flamengo e Fluminense comemoram acordo pelo Maracanã: ‘Momento histórico’