Laranjeira FM
O estado de calamidade pública dá certos privilégios aos que fazem a manutenção do que deveria ser o ordenamento público. O direito de abrir mão de licitações e de um processo de transparência em nome de possíveis urgências são algumas delas.
Há uma incógnita sobre os interesses por trás da parceria do governo do Amazonas com o de São Paulo para levar as aulas à 3,5 milhões de alunos da rede pública de ensino paulista.
Veja bem este cenário: O atual secretário de educação de São Paulo já foi secretário da mesma pasta aqui no Amazonas. Deixando suas influências no Amazonas.
Este ex-secretário em outro momento foi alçado ao Ministério da Educação por indicação e proteção de um senador no governo do ex-presidente Michel Temer, que inclusive este senador teve seus familiares presos em operações da Polícia Federal por corrupção. É muito estranho que somente agora depois de 13 anos da existência do Centro de Mídias da Seduc-AM, haja interesse do governo de São Paulo, nesta primorosa e inovadora tecnologia. Fontes nos bastidores insistem em afirmar que o este secretário não tem mais vínculos com o referido senador.
Tudo bem que o momento seja oportuno, vivemos momentos de distanciamento social que devem ser levados em consideração. Outros estados como Espírito Santo e Sergipe devem entrar neste círculo de amizade sincera e compromissada com a edução de jovens e crianças.
Fazendo uma busca no Diário Oficial não é possível ainda encontrar despachos de homologação ou publicações que tornem oficial a parceria, tampouco que evidenciem possíveis valores a serem repassados e por quem serão repassados.
De acordo com o parecer de número 15/2013 da Advocaia Geral da União (AGU), Termos de Cooperação Técnica não devem possuir interesse financeiro, e neste caso, o governo do Amazonas não deixou claro as reais intenções.
E mesmo que neste momento, a cooperação não renda lucros financeiros, gera maior aproximação com o governo de São Paulo, ou com a Secretaria de Educação daquele governo, e com o histórico político e de reprovação de contas da gestão pública que ostenta que o ex-secretário do Amazonas, não seria uma novidade notar certos prejuízos ao erário público tanto de São Paulo quanto do Amazonas.