Operação da PF prende ex-segurança da campanha de Bolsonaro e outros três por monitoramento ilegal

A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta quinta-feira (11/07) cinco mandados de prisão preventiva contra ex-servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e influenciadores digitais, no âmbito da quarta fase da Operação Última Milha. A operação visa desarticular uma organização criminosa acusada de monitorar autoridades públicas de forma ilegal e disseminar notícias falsas.

A ação da PF, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão nas cidades de Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP).

Entre os alvos  estão:

• Giancarlo Gomes Rodrigues: Militar do exército cedido à Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem.

• Marcelo Araújo Bormevet: Delegado da PF e ex-integrante da equipe de segurança de Jair Bolsonaro na campanha de 2018.

• Matheus Sposito: Ex-assessor da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) do governo Bolsonaro.

• Richards Dyer Pozze: Artista gráfico e influenciador digital.

Crimes e investigações

A organização criminosa é acusada de interceptação clandestina, invasão de dispositivos informáticos e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Segundo a PF, os envolvidos acessaram ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar membros dos Três Poderes, jornalistas e adversários políticos.

O programa FirstMile foi utilizado para monitorar a localização de alvos através de seus celulares. A investigação identificou que políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo Bolsonaro foram monitorados ilegalmente.

Além dos ex-servidores da Abin, a operação também investiga o ex-diretor da agência, Alexandre Ramagem, e o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro. Ambos foram alvo de mandados de busca e apreensão e negam qualquer envolvimento nos crimes.

*Conteúdo de CNN, O Globo e Brasil 247