Os agentes levaram 16 toneladas de maconha para a Cidade da Polícia, onde negociaram propina para liberação da carga e dos homens que faziam o transporte do material ilícito
Rio – A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quinta-feira (19), durante a Operação Drake, quatro policiais civis e um advogado pelos crimes de tráfico de drogas e corrupção. Os suspeitos são acusados de terem traficado 16 toneladas de maconha, apreendidas na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro.
Os presos na ação são os agentes Juan Felipe Alves da Silva, Renan Macedo Villares Guimarães, Alexandre Barbosa da Costa Amazonas e Eduardo Macedo de Carvalho; e o advogado Leonardo Sylvestre da Cruz Galvão.
De acordo com a PF, a investigação, realizada em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), identificou que duas viaturas ostensivas da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas da PCERJ (DRFC) abordaram um caminhão carregado com a droga.
O veículo apreendido foi levado até a Cidade da Polícia Civil, no Jacaré, Zona Norte do Rio, e os policiais negociaram, mediante ao pagamento de propina por intermédio de um advogado, a liberação da carga e a soltura do motorista.
Após o combinado, três viaturas da DRFC escoltaram o caminhão até os acessos da comunidade de Manguinhos, também na Zona Norte, onde a carga foi descarregada por criminosos. A região é controlada pelo Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do estado.
Na operação, cerca de 50 agentes federais cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão na capital fluminense e em Saquarema, na Região dos Lagos. O trabalho foi desenvolvido pelo Grupo de Investigações Sensíveis da PF (GISE/RJ) e pela Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ), em conjunto com Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Resende. Para o cumprimento dos mandados, a PF teve o apoio da Corregedoria da PCERJ.
Os agentes apreenderam, no apartamento de um dos alvos, no Jardim Guanabara, Ilha do Governador, na Zona Norte da cidade, uma grande quantia de dinheiro em espécie, ainda não contabilizada.
Em nota, a Polícia Civil informou que “a Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) apoiou a ação para cumprimento das ordens judiciais e está instaurando Processos Administrativos Disciplinares (PADs). A Polícia Civil reforça que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e atividade ilícita, reiterando seu compromisso de combate ao crime em defesa da sociedade”.
O nome da ação remete ao pirata inglês Francis Drake que saqueava caravelas repletas de material roubado e se julgava isento de culpa em razão da origem dos bens.