Operação do MP prende quatro dirigentes de empresas de ônibus de SP suspeitos de ligação com crime organizado

Polícia encontrou armamento, dinheiro e joias na casa de dono da Transwolff, responsável por linhas da Zona Sul da capital. Investigação aponta ligação dele e do dono da Upbus, que opera na Zona Leste, com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Quadro dirigentes das empresas de ônibus Transwolff e Upbus, que operam na capital paulista, foram presos na manhã desta terça-feira (9) em uma operação do Ministério Público de São Paulo.

Também foram cumpridos 52 mandados de busca e apreensão relacionados aos envolvidos. Eles são suspeitos de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Foram presos:

  • Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como “Pandora”, dono da Transwolff, preso dentro de casa;
  • Robson Flares Lopes Pontes, dirigente da Transwolff, preso na garagem da Transwolff;
  • Joelson Santos da Silva;
  • Elio Rodrigues dos Santos, preso em flagrante por porte de arma.

As ações ocorreram na capital, Grande São Paulo e em cidades do interior paulista. No imóvel de um dos dirigentes, foram encontrados diversos fuzis, revólveres, além de dinheiro e joias.

Armamento encontrado na casa de dirigente de empresa de ônibus de SP, alvo de operação do MP — Foto: Divulgação/MP

Armamento encontrado na casa de dirigente de empresa de ônibus de SP, alvo de operação do MP — Foto: Divulgação/MP

A Justiça de São Paulo determinou ainda que a SPTrans, estatal de transporte coletivo da capital, assuma imediatamente a operação das linhas administradas pelas empresas Transwolff, que atua na Zona Sul, e da Upbus, que administra linhas na Zona Leste.

Há duas semanas, passageiros quebraram equipamentos do Terminal Varginha II após atraso de mais de duas horas em um das linhas operadas pela Transwolff. Por conta dos atrasos e falhas, a SPTrans tirou seis linhas da empresa e aplicou multa.

A SPTrans afirma que não há impacto na operação das linhas nesta manhã. A prefeitura da capital diz que irá assumir a operação sem que haja prejuízo à população.

Juntas, as duas companhias transportam cerca de 15 milhões de passageiros por mês.

As decisões judiciais estabelecem também o bloqueio de bens dos investigados, no valor máximo de quase R$ 600 milhões.

Os dirigentes das empresas devem se afastar dos cargos e cinco deles, ligados à Upbus, terão de cumprir medidas medidas cautelares – entre elas a proibição de frequentar a empresa de se ausentar da cidade sem comunicação prévia à Justiça.

A operação é realizada pela polícia Militar, Receita Federal e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que fiscaliza e combate abusos de poder econômico.

Armas encontradas em casa de dono de empresa de ônibus de SP — Foto: Divulgação/MP

Armas encontradas em casa de dono de empresa de ônibus de SP — Foto: Divulgação/MP