Ao longo da pandemia, deputado divulgou mentiras sobre a covid-19, questionou o distanciamento social e defendeu a ‘imunidade de rebanho’
Defensor da tese da imunidade de rebanho para a condução da pandemia de coronavírus, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que é médico e ex-ministro da Cidadania do governo de Jair Bolsonaro, participa nesta terça, 22, da CPI da Covid do Senado.
Ele será questionado sobre a atuação do suposto “gabinete paralelo”, um grupo de pessoas com poder de influência sobre Bolsonaro que teria ajudado a definir estratégias e atitudes contestadas para o combate ao vírus no País, como a defesa de medicamentos sem eficácia para a covid-19 e a disseminação de teses como a da imunidade de rebanho e a do isolamento vertical.
A participação de Terra no “gabinete paralelo” foi trazida à CPI pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, o primeiro depoente ouvido. Ele afirmou “outras pessoas”, entre elas Osmar Terra, tentavam desautorizar orientações do Ministério da Saúde a Jair Bolsonaro.
No requerimento apresentado à CPI para pedir a oitiva de Terra, os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Carvalho (PT-SE) citam declarações de Terra sobre a imunização coletiva não pela vacinação em massa da população, mas por meio da exposição do maior número possível de pessoas ao vírus.