Perto dos 54 anos, ‘rei Kazu’ renova contrato e segue em atividade no Japão

Kazuyoshi Miura, referência de longevidade e um dos maiores ídolos do futebol profissional japonês, segue em atividade prestes a completar 54 anos, após renovar seu contrato com o Yokohama FC por mais uma temporada, anunciou o clube nesta segunda-feira (11).

O meia-atacante, apelidado de “Rei Kazu” no Japão, completa 54 anos em 26 de fevereiro, um dia antes do início da temporada de 2021 da J.League, a primeira divisão do país.

Essa será a 17ª temporada de Kazu pelo Yokohama, desde sua contratação em 2005.

Em 5 de março de 2017, o japonês bateu recorde do inglês Stanley Matthews e, ao entrar em campo com 50 anos de idade e sete dias, passou a ser considerado o jogador mais velho a atuar profissionalmente no futebol – ao menos em campeonatos de primeira linha.

Seu último gol também foi em 2017, contra o Thespakusatsu Gunma, em partida da segunda divisão do Japão. Na ocasião, o jogador tinha 50 anos e 14 dias.

Início da carreira no Brasil

A temporada de 2021 será a 36ª de Kazu como profissional depois de iniciar sua carreira no Brasil. Por falta de oportunidades no país natal, ainda com o futebol pouco desenvolvido, o jogador, na adolescência, se mudou para São Paulo, onde atuou nas categorias de base do Juventus. Em 1986, fez sua estreia como profissional atuando pelo Santos.

Nos primeiros anos como atleta, o meia-atacante ainda jogou por outros clubes brasileiros, como Palmeiras, Coritiba, CRB e XV de Jaú.

Além das passagens por clubes do Japão, também atuou no futebol italiano (pelo Genoa), croata (pelo Croácia Zagreb, hoje Dínamo Zagreb) e australiano (pelo Sydney FC).

O atacante é um dos esportistas mais respeitados do Japão e foi uma das principais referências do boom do futebol do país no início dos anos 1990, quando era o garoto-propaganda da liga recém-lançada em 1993.

Naquela época, Kazu levou Verdy Kawasaki ao título em 1993 e 1994 antes de partir para o futebol europeu.

Pela seleção japonesa, Kazu venceu a Copa da Ásia em 1992, mas perdeu a oportunidade de representar seu país em sua estreia na Copa do Mundo na França, seis anos depois. Ele marcou 55 gols em 89 jogos pela seleção.

O atleta ajudou Yokohama a garantir a promoção à primeira divisão do Japão no final da temporada de 2019, mas jogou apenas quatro vezes na temporada de 2020.

* Com informações de Michael Church, da Reuters