
Fortaleza (CE) — A Polícia Civil do Ceará (PCCE) prendeu, nesta segunda-feira (26), o pescador Francisco Iago Silva Moreira Castro, de 19 anos, suspeito de participação no assassinato das irmãs influenciadoras Bianca e Maria Beatriz, ocorrido no último dia 2 de maio, na Barra do Ceará, em Fortaleza.
De acordo com as autoridades, o suspeito foi localizado em Aracati, no interior do estado. Ao perceber a aproximação dos policiais, Iago tentou fugir com outros dois homens, mas acabou capturado durante a operação.
Antecedentes criminais e reincidência
Francisco Iago possui um extenso histórico criminal. Ele já havia sido preso em março deste ano, no bairro Cristo Redentor, portando dez pedras de crack e um celular roubado. Na ocasião, foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e receptação, mas acabou solto após audiência de custódia no dia seguinte.
Além disso, quando adolescente, o suspeito já havia cometido atos infracionais análogos aos crimes de roubo e roubo de veículo — o que reforça seu envolvimento recorrente com atividades ilícitas.
Tentativa de fuga frustrada
Durante a abordagem desta segunda-feira, o pescador e outros dois homens tentaram escapar, mas foram interceptados pela equipe da PCCE. Com eles, foram apreendidos:
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510 gramas de maconha,
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três aparelhos celulares,
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duas balanças de precisão,
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um rolo de papel filme,
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uma chave de motocicleta e
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uma quantia em dinheiro.
Todos foram conduzidos à 8ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde acabaram autuados em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Segundo a polícia, um dos detidos, de 28 anos, possui antecedentes por roubo e tentativa de roubo; já o outro, de 24 anos, responde por tráfico de drogas.
Na delegacia, foi ainda cumprido o mandado de prisão preventiva contra Iago, relacionado ao duplo homicídio das irmãs influenciadoras.
O crime que chocou Fortaleza
Na madrugada do dia 2 de maio, Bianca, de 15 anos, e Maria Beatriz, de 20, foram assassinadas a tiros em meio a um ataque brutal na região da Barra do Ceará.
De acordo com investigações, o crime foi perpetrado por membros do Comando Vermelho (CV), que usaram embarcações para atacar rivais da facção Guardiões do Estado (GDE). Durante a ofensiva, as irmãs acabaram atingidas fatalmente pelos disparos.
A execução das jovens gerou comoção nacional e desencadeou uma escalada de violência na região. Desde então, foram registradas outras mortes e tentativas de chacina no bairro, refletindo o agravamento do conflito entre facções criminosas.
Poucas horas após o assassinato, uma nova tentativa de chacina deixou cinco pessoas baleadas, também na Barra do Ceará. As vítimas foram socorridas e levadas para o Instituto Doutor José Frota (IJF), em estado grave.
Cresce a violência motivada por facções no Ceará
O duplo homicídio das irmãs reforça o cenário preocupante de violência urbana e o avanço de organizações criminosas no Ceará. Autoridades de segurança seguem intensificando as ações para capturar outros envolvidos no ataque e conter a disputa territorial entre facções.
A prisão de Francisco Iago representa um passo importante para as investigações, mas também expõe os desafios enfrentados no combate ao crime organizado no estado.