PF encontra R$ 3,2 milhões em espécie na casa de ex‑prefeito da Bahia

Dinheiro foi encontrado em uma gaveta — Foto: Polícia Federal
Apreensão ocorreu durante a 4ª fase da Operação Overclean, autorizada pelo STF

Agentes da Polícia Federal vasculharam, nesta sexta‑feira (27), o endereço do ex‑prefeito de Paratinga (BA), Marcel José Carneiro de Carvalho, e acharam R$ 3,2 milhões em notas de alto valor. Os maços estavam escondidos em gavetas e armários; a contagem começou pela manhã e terminou apenas no fim da tarde. Segundo a corporação, o dinheiro pode ter origem em desvios de emendas parlamentares.

Operação Overclean: entenda a investigação

A 4ª fase da Operação Overclean cumpriu 16 mandados de busca e apreensão. O ministro Kassio Nunes Marques, relator no Supremo Tribunal Federal, autorizou:

  • quebras de sigilo telefônico;

  • afastamento cautelar de três servidores públicos;

  • diligências em Salvador, Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga.

Além da PF, Receita Federal e Controladoria‑Geral da União participam da força‑tarefa, que investiga repasse irregular de verbas indicadas pelo deputado federal Félix Mendonça (PDT‑BA) a pelo menos três prefeituras.

Quem mais entrou na mira
Alvo Cargo Medida judicial
Félix Mendonça Deputado federal Quebra de sigilo telefônico
Marcelo Chaves Gomes Assessor do deputado Busca e afastamento
Humberto Raimundo (Ibipitanga) Prefeito Busca, afastamento e prisão em flagrante
Alan Machado (Boquira) Prefeito Busca, afastamento e prisão em flagrante
Marcel Carneiro (Paratinga) Ex‑prefeito Busca; apreensão de R$ 3,2 mi
O que disseram os citados
  • Félix Mendonça declarou que “nenhum recurso foi desviado; as emendas visam ganho exclusivamente político”.

  • A defesa de Marcel Carneiro prometeu provar a legalidade dos valores e frisou que ele “sempre agiu dentro da lei”.

Por que isso importa
  1. Impacto político: a operação atinge um parlamentar em exercício e ex‑gestores municipais, abrindo crise no PDT baiano.

  2. Dinheiro vivo: a volumosa quantia reforça a suspeita de caixa‑dois e corrupção.

  3. Pressão sobre o STF: a corte assume protagonismo ao autorizar medidas duras contra autoridades com foro privilegiado.

Próximas etapas da investigação

Agora, os investigadores vão:

  • periciar o dinheiro apreendido para rastrear a origem;

  • cruzar dados bancários dos alvos com notas fiscais de obras e serviços custeados pelas emendas;

  • ouvir novamente os prefeitos afastados e o assessor do deputado.

Caso o Ministério Público confirme o esquema de organização criminosa e lavagem de dinheiro, os indiciados podem responder a processos que preveem penas superiores a 12 anos de prisão.