PF investiga suposta propina a servidores do DNIT para favorecer operadora do Porto Seco de Anápolis

Agentes cumprem 14 mandados de busca em apreensão no DF, Goiás, Tocantins e São Paulo.

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (24), uma operação que apura o pagamento de propina a servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). De acordo com a investigação, uma empresa interessada em um terreno subornou funcionários para conseguir vantagens.

Os agentes cumprem 14 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Goiás, Tocantins e São Paulo. A Justiça Federal também determinou bloqueio nas contas dos investigados, além do afastamento de servidores públicos.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados. Eles devem responder pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e associação criminosa.

No entanto, a TV Globo apurou que o diretor de infraestrutura ferroviária do Dnit, Marcelo Almeida Pinheiro Chagas, é um dos investigados. Nesta terça, a Justiça Federal decidiu afastá-lo do cargo.

Suposto pagamento de propina

 

De acordo com a Polícia Federal, uma empresa operadora de portos secos contratou pessoas, “lobistas”, para manipular negociações com o Dnit. Com isso, essa companhia passou a ser favorecida.

A investigação apontou que a empresa venceu uma licitação promovida pela Receita Federal para exploração do Porto Seco de Anápolis, em Goiás. Porém, o empreendimento passou a enfrentar problemas na habilitação do terreno.

Com isso, os lobistas pagaram propina aos servidores do Dnit, segundo a PF, que começaram a cuidar dos interesses da empresa. Entre as irregularidades encontradas pelos policiais, estava a avaliação do terreno feita abaixo do valor de mercado. O lote, avaliado em R$ 44 milhões, foi custeado por R$ 11 milhões, conforme apontou investigação dos agentes.

A PF informou ainda que a operação contou com apoio da Subsecretaria de Conformidade e Integridade do Ministério da Infraestrutura.