Pfizer diz à CPI que Carlos Bolsonaro participou de reunião com Wajngarten

Carlos Murilo, gerente geral da Pfizer na América Latina, depondo na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, falando sobre as propostas de acordo de compra de vacinas para o Brasil. Sérgio Lima/Poder360 13.05.2021

O ex-presidente da Pfizer no Brasil Carlos Murillo disse à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, nesta 5ª feira (13.mai.2021), que reunião para debater entraves de acordo da farmacêutica com o governo contou com a presença do filho 02 do presidente Jair Bolsonaro, vereador Carlos Bolsonaro.

Na 4ª feira (12.mai), o ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro Fabio Wajngarten afirmou que o governo federal não respondeu a uma carta enviada pela farmacêutica Pfizer em que a empresa norte-americana consulta a intenção do Ministério da Saúde em comprar vacinas contra a covid-19.

O ex-secretário de Comunicação disse que fez uma reunião com Carlos Murillo, CEO da farmacêutica: “Estive com o CEO Carlos Murillo, em Brasília, pela 1ª vez, no meu gabinete, em 17 de novembro, no Palácio. Eu, o meu assistente, o senhor Carlos Murillo e a diretora de Comunicação da Pfizer, nesse dia, 17 de novembro. Nesse encontro o CEO da Pfizer, o senhor Carlos Murilo, me agradeceu por ter respondido a carta e nada mais. Ele disse: ‘Eu quero que o Brasil seja a vitrine na América Latina na vacinação da Pfizer’”.

Wajngarten foi questionado mais de uma vez por senadores sobre seu contato com Carlos Bolsonaro e da atuação do vereador no Palácio do Planalto. À época, o ex-secretário negou proximidade e disse que o filho do presidente nunca teve cargo na presidência.

“A minha origem é São Paulo, da qual o Deputado Eduardo Bolsonaro me conhecia. Eu nunca tive contato com o filho do Presidente, do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro. E me tornei mais próximo do Senador Flávio à medida que eu passei a conviver com ele.”

A resposta foi desmentida pelo relato de Murillo: “Sobre as reuniões que nossa diretora jurídica teve com Wajngarten em 7 de dezembro. O ex-secretario pediu esclarecimentos dos entraves nos aspectos legais. Após uma hora de reunião, Fabio recebeu ligação e retorna para reunião, minutos depois entram Filipe Garcia Martins assessor internacional da Presidencia, Carlos Bolsonaro. Fabio explicou a Filipe e a Carlos os esclarecimento prestados pela Pfizer.”

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), chegou a pedir oficialmente à presidência do colegiado a prisão do ex-secretário de comunicação do governo federal Fabio Wajngarten. O pedido foi negado pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM).