Polícia Civil prende mulher envolvida em esquema criminoso que desviou cerca de R$ 6 milhões de cooperativa médica

Os delegados Henrique Brasil e Rafael Guevara, titulares, respectivamente, da 5ª Seccional Centro-Sul e 12º Distrito Integrado de Polícia (DIP), falaram na manhã desta quarta-feira, dia 4, durante coletiva de imprensa realizada às 10h, no prédio da Delegacia Geral, sobre o cumprimento de mandado de prisão preventiva por furto qualificado e organização criminosa em nome da assistente administrativa Silvia Borges Nogueira, 35, ex-funcionária de um hospital particular localizado no Conjunto Parque das Laranjeiras, bairro Flores, zona Centro-Sul da cidade.

De acordo com o titular do 12º DIP, a mulher está envolvida em um esquema criminoso que desviou cerca de R$ 6 milhões da unidade hospitalar onde ela trabalhava e conta com a participação de outras seis pessoas, que já estão sendo procuradas pela polícia. A prisão de Silva ocorreu na manhã da última quinta-feira, dia 28 de setembro, por volta das 10h, na residência onde ela morava, situada na Rua José Marques, bairro Cidade Nova, zona Norte da capital, em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedido no dia 26 de setembro deste ano, pela juíza Eulinete Melo Silva Tribuzy, da 11ª Vara Criminal.

 A ação que resultou na prisão da assistente administrativa contou com a participação de policiais civis lotados na 5ª Seccional Centro-Sul e DIPs de circunscrição da zona Centro-Sul da cidade. O delegado Henrique Brasil informou que em junho deste ano Silvia e outros três funcionários do hospital particular, Flávio Lavareda Leão Filho, 33, ex-gerente financeiro do local; a supervisora financeira Marineide do Vale Maia, 33, e o analista financeiro Diego da Silva Martins, 31, foram demitidos após um minucioso levantamento de dados que confirmou o desvio de dinheiro da unidade. Brasil explicou como foram iniciadas as investigações em torno do caso.

“Foi realizada uma auditoria no hospital e identificada a fraude praticada pelos quatro funcionários que foram demitidos por justa causa. A investigação pelo 12º DIP partiu desse ponto, há cerca de três meses, quando chegou ao nosso conhecimento o fato criminoso que estava ocorrendo no setor financeiro do hospital particular da cidade. Essa associação criminosa atuava de várias formas e causou prejuízo de, aproximadamente, R$ 6 milhões à cooperativa médica que administra o hospital em questão”, argumentou Henrique Brasil.

Durante a coletiva o delegado Rafael Guevara explicou que Silvia era assistente administrativa e recebia pagamentos em espécie ou em débito em conta de boletos bancários relacionados ao plano de saúde da cooperativa médica. Na prática criminosa, Silvia subtraía os valores recebidos dos pagamentos dos boletos em espécie e registrava no sistema como recebidos, por meio de débito em conta. De acordo com o titular do 12º DIP, Silvia teria obtido, com a fraude, R$ 30 mil.  

Segundo o titular do 12º DIP, Flávio, Marineide e Diego atuavam no esquema criminoso criando empresas fantasmas que, supostamente, prestavam serviços para o hospital. Os pagamentos a essas empresas fictícias eram depositados pelos três ex-funcionários, nas contas dos respectivos companheiros deles: Alexandro Holanda do Nascimento, 37; Renildo da Cruz Teixeira, 37, e Rita de Cássia Bentes Martins, 37, que não eram funcionários da unidade hospitalar e também estão sendo procurados pela polícia.  

Rafael Guevara explicou que, como o hospital efetua, diariamente, muitos pagamentos a empresas que fornecem serviços à unidade, o crime não foi percebido de imediato pela direção da cooperativa. “Essa quadrilha atuou de duas maneiras. Primeiro no desvio de valores de pagamentos de boletos em espécie na Central de Atendimento do hospital, onde Silvia se apropriava dos valores. A unidade hospitalar iniciou uma investigação interna no setor financeiro e descobriu que o esquema era muito maior. Havia um conluio envolvendo funcionários do setor financeiro. Eles lançavam no sistema interno empresas fantasmas como prestadoras de serviço ou fornecedores e faziam transferências de quantias significativas. Os beneficiárias eram ligados a todos esses funcionários”, disse.

O titular do 12º DIP enfatizou que a evolução patrimonial de Flávio, Marineide e Diego não era compatível com os salários deles. “Flávio, quando começou a trabalhar no setor financeiro do hospital, morava em uma quitinete alugada no bairro Dom Pedro, zona Centro-Oeste da cidade. Depois ele comprou um apartamento em um condomínio no bairro Ponta Negra, zona Oeste, onde foi feita uma ampla reforma e esse imóvel apresenta um padrão altíssimo de luxo. Diego e Rita de Cássia também compraram e reformaram um apartamento no bairro Flores, zona Centro-Sul, considerado de alto padrão. Já Marineide e Renildo fizeram uma reforma luxuosa na casa onde moravam, no bairro Cidade Nova, zona Norte”, enfatizou.

Flávio, Marineide, Diego, Alexandro, Renildo e Rita de Cássia, que estão sendo procurados pela polícia, já estão com as prisões preventivas decretadas. O delegado solicitou, a quem souber do paradeiro dos seis procurados, entrar em contato com a equipe do 12º DIP, por meio dos números: (92) 3654-8306 ou 99962-4480. A autoridade policial garante o sigilo da identidade dos informantes. Ao término dos procedimentos cabíveis no 12º DIP, Silvia será encaminhada ao Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), onde ficará à disposição da Justiça. 

FOTOS: Erlon Rodrigues / Assessoria de Imprensa da PC-AM