Prefeitura de Coari gasta R$ 3,3 milhões com bonés, tênis e chapéus comprados de empresas sem histórico no setor
A Prefeitura de Coari (AM), sob gestão de Adail Filho, firmou contratos que somam R$ 3,3 milhões em compras de vestuário, incluindo tênis, botas, bonés e chapéus, com empresas que não possuem tradição no fornecimento desse tipo de produto. A informação está publicada no Diário Oficial dos Municípios (DOM) desta quarta-feira (16).
Os contratos foram assinados na terça-feira (15) pelo secretário municipal de Saúde, Júlio dos Santos Sales.
Os contratos milionários
Duas empresas vão dividir os R$ 3,3 milhões:
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COMERCIAL CJ – Comércio de Produtos Alimentícios Ltda
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Valor: R$ 2.596.830
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Localização: Presidente Figueiredo (AM)
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Apesar de registrada como fornecedora de alimentos, a empresa será responsável por entregar bolsas, bonés, chapéus, tecidos e pares de tênis. Curiosamente, também oferece serviços funerários, segundo seu cadastro oficial.
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O proprietário é Cesar de Jesus Glória Albuquerque, e o capital social da empresa é de R$ 2,5 milhões.
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Saraiva Comércio de Confecção Ltda
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Valor: R$ 3.363.510
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Localização: Cidade de Deus, zona Norte de Manaus
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Vai fornecer camisetas, jalecos e macacões diversos. No entanto, a empresa também declara atuação em materiais hidráulicos e elétricos, além de confecção.
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O proprietário é Erick Pinto Saraiva, com capital social de R$ 360 mil.
Reprodução: Prefeitura Municipal de Coari – Amazonas Reprodução: Prefeitura Municipal de Coari – Amazonas/Ata de registro de preços
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Itens com valores chamativos
Entre os produtos adquiridos estão:
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5 mil chapéus estilo pescador australiano por R$ 455 mil
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Conjuntos de camisa e calça privativa que ultrapassam R$ 750 mil
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Diversos pares de tênis, jalecos e uniformes
Esses números geram questionamentos sobre a coerência das contratações, já que nenhuma das duas empresas é especializada em vestuário corporativo de grande escala.
Falta de transparência e possíveis irregularidades
A contratação de empresas sem tradição no fornecimento dos produtos licitados, somada aos valores elevados, levanta dúvidas sobre a lisura do processo, os critérios de seleção e a real necessidade da aquisição.
A reportagem tenta contato com a Prefeitura de Coari e com os representantes das duas empresas, mas não obteve retorno até o momento sobre como será feita a entrega, quem receberá os itens e quais justificativas embasam os contratos.