Presidente da Suprema Corte peruana renuncia em meio a escândalos de áudios

O presidente da Suprema Corte do Peru, Duberlí Rodríguez, apresentou nesta quinta-feira (19) a sua "renúncia irrevogável" ao cargo, em meio ao escândalo dos áudios de juízes negociando sentenças, informou o máximo tribunal. #Manaus #Amazonas

O presidente da Suprema Corte do Peru, Duberlí Rodríguez, apresentou nesta quinta-feira (19) a sua “renúncia irrevogável” ao cargo, em meio ao escândalo dos áudios de juízes negociando sentenças, informou o máximo tribunal.

Minutos antes de Rodríguez, quem pediu demissão foi o presidente do Conselho Nacional de Magistratura (CNM), centro do escândalo, junto com outros dois membros desse corpo colegiado encarregado de designar juízes e promotores peruanos.

“Por conta da crise institucional atravessada pelo Poder Judiciário, apresento a minha renúncia irrevogável ao cargo”, assinalou Rodríguez em sua carta de demissão, publicada na conta do Twitter deste poder.

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Rodríguez renunciou após ser pressionado pelos próprios colegas da Suprema Corte, que exigiam que ele se afastasse para que outra pessoa ficasse encarregada de reorganizar o sistema judiciário, embora ele não seja mencionado em nenhum dos áudios divulgados até agora sobre tráfico de influência e venda de sentenças.

O jurista se afastou um dia depois de declarar o Poder Judiciário em emergência por 90 dias, o que implica uma reorganização de órgãos administrativos, do Sistema Especializado em Crimes de Corrupção e a Gerência-Geral, entre outros.

Orlando Velásquez, que exercia o cargo de chefe do Conselho Nacional de Magistratura há três dias, também se demitiu.

“A renúncia é irrevogável. Corresponde a nós, por dignidade, nos afastarmos”, afirmou em uma entrevista coletiva.

A decisão inclui outros dois conselheiros e abre caminho para que, na sexta-feira, o Congresso remova de seus cargos os sete integrantes do Conselho e nomeie novos.

Velásquez negou ter cometido irregularidades, diferentemente de três colegas seus nos áudios divulgados pela imprensa a partir de 8 de julho.

A Comissão de Justiça do Congresso acordou na quarta-feira pedir a destituição de todos os integrantes do CNM.

Este escândalo é um “déjà vu” da história peruana, pois a difusão de áudios ou vídeos gravados escondidos provocaram a queda do presidente Alberto Fujimori em 2000, a renúncia do então chefe de Estado Pedro Pablo Kuczynski em março e a suspensão há um mês do popular legislador Kenji Fujimori (filho do ex-governante).