O presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski perdoou neste domingo (24) o ex-ditador do país Alberto Fujimori, liberando-o de cumprir pena de 25 anos de prisão por violação de direitos humanos e corrupção.
O indulto humanitário controverso desencadeou uma série de protestos na véspera de Natal, principalmente no centro da capital Lima, onde a polícia dispersou manifestantes.
Como consequência, dois ministros do gabinete de Kuczynski manifestaram o desejo de renunciar, o que pode forçar o presidente a reorganizar seu gabinete de forma emergencial ainda nesta semana, afirmou uma fonte do governo.
Os críticos de Fujimori disseram que o perdão fez parte de um acordo político de Kuczynski com apoiadores do ex-ditador no Congresso.
Segundo a imprensa peruana, Kuczynski ofereceu o perdão a Fujimori para que deputados que apoiavam o ex-ditador se abstivessem na votação que determinou que o presidente não sofreria impeachment na última sexta-feira (22).
Kuczynski afirmou, por meio de um assessor, que baseou sua decisão em um boletim médico que descobriu uma “doença degenerativa e incurável” em Fujimori.
Fujimori foi extraditado para o Peru em 2007, e mais tarde foi considerado culpado pelo comando de esquadrões da morte que mataram civis, além de subornar congressistas e sequestrar ao menos um jornalista.
Apesar de sua queda, o movimento populista de direita ligado a ele, surgido na década de 90, é ainda uma das principais forças políticas do Peru.
Sua filha Keiko lidera o partido Força Popular, que controla o Congresso, enquanto seu filho mais novo, Kenji, costurou uma série de acordos com Kuczynski enquanto busca o posto da própria irmã.
Alberto Fujimori foi levado da prisão para um hospital em ambulância no final do sábado (23), depois de ter sofrido uma forte queda na pressão arterial e apresentar um ritmo cardíaco anormal que o colocou em risco de morte, disse o médico de Fujimori.
Cardiologistas recomendaram que ele fosse removido da prisão imediatamente, disse Alejandro Aguinaga.