A operação da Polícia Federal que resultou na prisão preventiva do general Walter Braga Netto neste sábado (14) estava prevista para ocorrer na quinta-feira (12).
Braga Netto, porém, estava com a família em viagem de férias a Alagoas, com retorno previsto para o fim da tarde.
A Polícia Federal decidiu prender o general da reserva no sábado, quando ele já estava de volta à casa que mantém em Copacabana. Em geral, as operações da corporação ocorrem durante a semana, mas podem ser adiadas a depender das circunstâncias.
A operação foi pedida pela PF e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Todos os alvos são suspeitos de obstrução de Justiça.
As suspeitas relacionadas à tentativa de interferir nas investigações vêm sendo acumuladas desde setembro de 2023, quando o tenente-coronel Mauro Cid teve homologado seu acordo de colaboração premiada no STF.
O próprio Cid relatou a Alexandre de Moraes, durante depoimento no Supremo, que Braga Netto usou auxiliares para ter acesso a detalhes de seus depoimentos. A Polícia Federal apreendeu na sede do PL no início do ano, em mesa usada pelo coronel Peregrino, um documento redigido à mão com pontos que teriam sido abordados pelo tenente-coronel na delação premiada.
A PF afirma que são cumpridos ainda “dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal”.
As medidas judiciais teriam como objetivo, segundo a PF, “evitar a reiteração das ações ilícitas”.
A operação está relacionada ao inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado. A defesa do general da reserva ainda não se manifestou sobre a prisão.
Cézar Feitoza, Folhapress