Quadrilha que planejava matar auditor da Receita é alvo de operação no Ceará e em São Paulo

Foto: Reprodução / Polícia Federal

Grupo criminoso movimentou milhões em fraudes no comércio exterior e usou site com fake news para atacar fiscalização federal.

Uma organização criminosa especializada em fraudes no comércio exterior e importações ilegais virou alvo de uma operação conjunta da Receita Federal e da Polícia Federal, deflagrada nesta terça-feira (1º). O grupo, que chegou a planejar o assassinato de um auditor-fiscal da Alfândega de Fortaleza (CE), usava empresas de fachada para driblar a fiscalização, além de recorrer a fake news como forma de desinformação e retaliação.

Batizada de Operação Portorium, a ação revelou um esquema milionário que envolvia importações irregulares com destino ao comércio popular de São Paulo, utilizando interposição fraudulenta — prática em que empresas “laranjas” mascaram os verdadeiros importadores. Com isso, os criminosos reduziam de forma artificial os impostos devidos e dificultavam a atuação dos órgãos de controle.

Ataques digitais e ameaças a servidores públicos

Durante as investigações, foi descoberto que os integrantes da quadrilha invadiram sistemas restritos, acessando dados sigilosos para produzir conteúdo falso contra a Receita Federal. Um site fake foi criado para divulgar informações fraudulentas e realizar denúncias inverídicas, com o objetivo de intimidar e deslegitimar a atuação de auditores fiscais — em especial, o servidor que se tornou alvo direto de ameaças de morte.

Rota do crime: do Ceará a São Paulo

Segundo a Receita Federal, as mercadorias tinham origem no Ceará e eram enviadas para São Paulo, sem comprovação da origem dos recursos financeiros nem dos pagamentos aos exportadores. A quadrilha também usava documentos particulares falsificados para simular legalidade nas transações. Só em autuações já aplicadas, o esquema provocou um prejuízo superior a R$ 10 milhões aos cofres públicos.

Mandados e prisões

Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão nos estados do Ceará e de São Paulo, além de três mandados de prisão preventiva contra os principais investigados. Cerca de 30 policiais federais e quatro servidores da Receita Federal participaram da ofensiva.

Os suspeitos responderão por diversos crimes, incluindo:
  • Organização criminosa

  • Falsificação de documentos

  • Evasão de divisas

  • Ameaça contra servidor público

Além da esfera penal, os envolvidos também serão submetidos a procedimentos fiscais para cobrança dos tributos sonegados.