Reunião com Lula sobre Suframa pode colocar Omar Aziz na oposição ao governo

As incursões do vice-presidente Geraldo Alckmin contra o nome apresentado para comandar a autarquia gera um grande mal-estar entre o senador o governo

O cheiro de enxofre está forte em Brasília devido ao péssimo clima gerado pela disputa da titularidade da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). O senador Omar Aziz (PSD), deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira (07) para cobrar a nomeação do indicado pela bancada do Amazonas, o ex-deputado Bosco Saraiva (Solidariedade).

A princípio, o nome de Bosco foi rejeitado pelo seu histórico um pouco reprovável, afinal ele foi preso pela Polícia Federal (PF), ao menos essa era a desculpa usada oficialmente, mas a realidade é outra bem diferente, é evidente que se a prisão de Bosco fosse realmente um problema, o PT não seria o PT com seus escândalos progressos e sua cegueira seletiva quantos aos ministros do atual governo.

O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), é o principal entrave das negociações. Alckmin quer que o nome indicado saia sobre suas influências, já Omar Aziz quer a indicação de um nome que seja do estado do Amazonas ou que passe pelo crivo da bancada. As discussões sobre o tema já saíram do campo democrático e uma guerra foi declarada com direito a barracos e xingamentos.

De acordo com fonte, há um mal-estar insustentável e que a veemência de Omar Aziz na cobrança por uma posição concreta de Lula pode piorar a situação do governo que precisa de estabilidade no Congresso. A principal razão para Lula tentar reverter a insatisfação de Aziz, é que, se segundo fonte, o senador teria colocado presidente contra a parede dizendo que não forem cumpridos os acordos prévios, será oposição.

Omar Aziz é atualmente um dos principais pilares de articulação para Lula no Congresso Nacional e foi seu principal articulador durante a campanha eleitoral no Amazonas. O não cumprimento de acordo com o senador, que foi tão fiel à Lula, significaria ao petista maior desconfiança quanto a outros acordos que precisam ser cumpridos para manter sua governabilidade.

Lula não tem uma base consistente no Congresso, e as definições sobre o comando da Suframa e sobre outros cargos de segundo escalão do governo podem deixar claro que a frente ampla a qual defende, na verdade, o faz refém. Esse é o momento que presidente descobre o quanto comanda e o quanto é comandado.