Saiba como está o cenário eleitoral em Minas Gerais e quem será influente

Minas Gerais, o 2º maior colégio eleitoral do país ainda está longe de uma definição para as eleições de outubro. O Estado concentra 15,7 milhões de votos.

O Drive perscrutou o estado dos principais atores mineiros:

  • Fernando Pimentel (PT) – o atual governador está condenado a disputar a reeleição. Até poderia ser candidato ao Senado, mas teria de deixar o governo nas mãos de seu vice, Antônio Andrade (MDB), com quem não tem mais uma relação ideal. Pimentel não faz uma gestão brilhante. Ainda assim é o candidato mais competitivo na disputa;
  • Marcio Lacerda (PSB) – o prefeito de Belo Horizonte deve ser o principal adversário de Pimentel ao Palácio da Liberdade. Marcio Lacerda é bem próximo do pré-candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, e deve ajudá-lo entre os mineiros;
  • Rodrigo Pacheco (DEM) – o deputado federal se notabilizou por presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Foi ungido por Rodrigo Maia como pré-candidato a governador para montar o palanque presidencial do DEM em Minas;
  • PSDB sem nome – os tucanos ainda não definiram qual rumo vão tomar. O único nome realmente competitivo é o do senador Antonio Anastasia. O pré-candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin, tenta convencê-lo a disputar. Outro senador tucano e mineiro, Aécio Neves, trabalha contra.

O AMÁLGAMA DE MINAS GERAIS

Josué Gomes da Silva, o empresário controlador da Coteminas e filho de José Alencar (1931-2011), tem sido sondado por diversos partidos. Já conversou com PT, PSB, DEM, PRB, PDT e também com sua própria legenda, o MDB.

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Ciro Gomes e Rodrigo Maia passaram por sua sala nas últimas semanas. Josué tem 53 anos, imagem limpa e seu nome aparece na redondeza de 5{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c} a 10{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c} em disputas para o Senado ou para governador. Define-se como 1 “liberal progressista”. O lado que ele escolher pode ser o vitorioso na eleição mineira.

O vice dos sonhos

Entre outros convites, Josué já ouviu propostas para ser vice-presidente numa chapa do PT, quando o próprio Luiz Inácio Lula da Silva poderia ser o presidenciável da legenda. Mais recentemente, o pedido de casamento veio de Ciro Gomes (PDT). O empresário considera todas as hipóteses. Mas só vai decidir mesmo na 1ª semana de abril, quando definirá se fica ou se sai do MDB.

ANÁLISE

Em 2014, o candidato a presidente pelo PSDB, Aécio Neves, perdeu em Minas Gerais para a petista Dilma Rousseff. Não é fácil ser presidente da República sem ser vitorioso também em Minas Gerais.

O PSDB está depauperado entre os mineiros. É real a chance de o partido ter 1 desempenho pífio nesse Estado. Esse cenário é desastroso para Geraldo Alckmin –que neste momento apenas empata com Jair Bolsonaro (PSL) em São Paulo e ainda não tem rumo definido no Rio de Janeiro.

Na política brasileira os 3 maiores eleitorados estão em São Paulo (22,4{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c} dos votos), Minas Gerais (10,7{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c}) e Rio (8,4{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c}). Como o Nordeste deve dar apoio forte a 1 candidato de centro-esquerda (para o nome indicado por Lula e/ou para Ciro Gomes), os postulantes do “centro liberal” precisam compensar essa desvantagem tendo 1 bom desempenho no Sudeste.

É possível (apenas possível) que São Paulo penda para Alckmin mais adiante. O tucano está fazendo grande campanha de TV neste mês de março, propagando suas realizações recentes. Mas só o voto paulista não faz verão. O Rio de Janeiro virou 1 faroeste. Prever o desfecho eleitoral nesse Estado é uma loteria. Sobra portanto Minas Gerais.

O “centro liberal” terá de conquistar o voto mineiro para ser bem-sucedido na disputa presidencial. Por enquanto, essa possibilidade ainda é muito incerta. Se Josué Gomes da Silva decidir reeditar a aliança “capital e trabalho” (feita por seu pai com Lula em 2002), o cenário sucessório brasileiro pode finalmente ter o seu “fato novo”, seja por meio de uma coalizão com o PT ou com o PDT (de Ciro Gomes)

Fonte: Poder 360