Servidores do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente realizaram neste sábado um protesto contra o ministro Ricardo Salles na Esplanada dos Ministérios.
No ato, que ocorreu no dia mundial do meio ambiente, eles encenaram uma festa de aniversário para Salles, que completará 46 anos na próxima semana. O bolo era a maquete de uma floresta em chamas e foi derrubado por um dos manifestantes. Eles também levaram faixas de “Fora Salles”, “Contra a boiada” e “Chega de lama”.
A Associação de Servidores do Ministério do Meio Ambiente (Assemma) foi uma das organizadoras do protesto. A servidora Tânia Maria de Souza, que é analista ambiental e diretora-geral da Assemma, foi ao ato vestindo uma peruca ruiva para representar a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) , que preside a Comissão de Meio Ambiente da Câmara e é aliada do Palácio do Planalto. Também havia outras pessoas representando Salles, com um crachá de “Sinistro do Meio Ambiente”, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) .
– Houve a preocupação de fazer um ato simbólico para garantir distanciamento social. Teve essa questão de protesto, mas com coerência e responsabilidade. Optamos por essa festa de aniversário simbólica, considerando que o ministro faz aniversário na terça-feira, e a ideia de que a gente vai acabar com essa festa. Não dá para continuar essa festa, temos que resgatar a questão do respeito pela vida e pelo meio ambiente, seguindo o lema do dia do meio ambiente, da floresta em pé – disse Tânia Maria ao GLOBO.
Uma das faixas abertas na Esplanada dos Ministérios dizia “Contra a boiada”, uma referência à frase proferida pelo ministro durante reunião ministerial do dia 22 de abril do ano passado, na qual defendeu que o governo federal aproveitasse a atenção dada pela imprensa à pandemia para “passar a boiada”, uma referência a mudanças nas regras da fiscalização ambiental.
O protesto ocorre em um momento no qual Salles é alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) sob suspeita de favorecer madeireiros e afrouxar a fiscalização ambiental. O ministro tem negado as acusações e tem dito que suas ações foram realizadas dentro da lei.