De acordo com o jornal Gazeta do Povo, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, encomendou à sua equipe um estudo para reforçar a segurança de Jair Bolsonaro e sua família a partir da posse do novo presidente, em 1.º de janeiro.
Os motivos do pedido, além do atentado sofrido na campanha, são as frequentes ameaças identificadas pela inteligência do governo.
A ideia é adotar, aqui no Brasil, algumas das medidas usadas para proteger os presidentes americanos, em que os cuidados com segurança chegam a níveis máximos.
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Etchegoyen não fala em números ou estratégias por questões de segurança, mas já avisou que “obviamente” haverá um rigor muito maior no controle a tudo que tem a ver com o presidente eleito. “O esquema que está sendo preparado para receber um presidente que já sofreu um atentado será muito diferente e muito mais severo do que qualquer outro titular do Planalto já viu ou teve”, afirmou o general.
Já durante a campanha, Bolsonaro teve sua segurança reforçada pela Polícia Federal após ser vítima de uma facada no dia 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG). Segundo informações da área de inteligência, as ameaças continuaram mesmo após a eleição.
“O GSI não comenta detalhes de sua responsabilidade com a segurança presidencial, mas confirma que existem ameaças que efetivamente preocupam”, disse o ministro.
A segurança de Bolsonaro após a posse será chefiada pelo general Luiz Fernando Estorilho Baganha. Ele assumirá o cargo no lugar do general Nilton Moreno, que hoje está à frente da montagem da estrutura de proteção ao presidente eleito.
Durante a campanha, o candidato foi avisado que corria risco.
Aliados, inclusive, citaram as ameaças como justificativa para que Bolsonaro não participasse dos debates eleitorais na reta final. Anunciado como futuro ministro da Defesa, o general da reserva Augusto Heleno chegou a divulgar um vídeo na véspera da eleição com o alerta para uma “real ameaça de atentado terrorista” contra Bolsonaro, articulada por uma “organização criminosa”.
Atualmente, uma equipe de 55 homens da PF se revezam na proteção ao presidente eleito. A informação é de que as ameaças partiram de diferentes fontes, inclusive de facções criminosas como PCC e Comando Vermelho e, segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, existem escutas telefônicas das ameaças que estão sendo investigadas.
A ideia é adotar no Brasil algumas das ações aplicadas para os presidentes norte-americanos. As tradicionais entrevistas nas quais o presidente fica rodeado por repórteres, por exemplo – chamadas de quebra-queixo no jargão jornalístico –, devem acaba, por exemplo. Os preparativos de viagens e contato com o público também serão repensados.
A equipe de Bolsonaro estuda, ainda, abandonar o tradicional desfile em carro aberto na cerimônia de posse.
O veículo que costuma ser utilizado no percurso pela Esplanada dos Ministérios é um Rolls-Royce que o Brasil recebeu de presente do governo britânico, em 1953. Em entrevista à Rede Vida, na quinta-feira (1º), o presidente eleito afirmou que vai seguir “rigorosamente” as recomendações da área de inteligência na posse.
A segurança será ampliada não só pelas ameaças, mas também pela quantidade de pessoas a serem protegidas.
Bolsonaro é casado e tem cinco filhos.
Todos têm direito à segurança da Presidência. Além disso, serão montados escritórios no Rio de Janeiro para dar infraestrutura à família tanto de Bolsonaro quanto do seu vice, general Hamilton Mourão, que têm casa na capital fluminense.