Sete meses depois, Caso Flávio segue sendo esquecido. Alejandro rompeu tornozeleira, diz MP

MANAUS/AM – No último dia 29 de abril, completou sete meses do assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos. Um crime que chocou o estado, nos fez vergonha nacional. E mostrou o quanto a justiça é ineficaz quando se trata de pessoas no poder, ou próximas a ele.

O principal acusado, o enteado do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), Alejandro Valeiko, que estava em prisão domiciliar por conta da crise sanitária do novo coronavírus, poderá voltar para seu cárcere.

O Ministério Público do Amazonas (MPAM), pediu no dia em que o fato completa sete meses, o retorno de Alejandro para a prisão. Segundo o MP, Alejandro rompeu a tornozeleira e não se encontra mais no endereço fornecido à justiça. A defesa alega que o equipamento foi rompido acidentalmente quando enrolado em um lençol.

 “É fácil verificar a incongruência da defesa ao alegar que o caso tem sido por ela tratado com total transparência, quando a simples verificação de documentos sugere o contrário. O endereço constante no BO, lavrado em em data de 15 de abril de 2020, não coincide com o endereço informado anteriormente nos autos, em fls. 3459, como sendo o atual endereço residencial do réu. Assim, o fato de ter prestado informações falsas a este Juízo já configura motivo mais do que suficiente para revogar o benefício que lhe foi concedido.”, relata o promotor ao arbitrar pela revogação das medidas cautelares, e consequente decretação de prisão preventiva de Alejandro.

O pedido foi encaminhado a juíza do caso, Ana Paula Braga, da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus.

O homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos ocorreu no dia 29 de setembro do ano passado, durante uma festa na casa do enteado do prefeito de Manaus, Alejandro Valeiko. O corpo da vítima foi encontrado somente no dia seguinte no bairro Tarumã, na Zona Oeste de Manaus.

Na época o prefeito de Manaus, Arthur Neto veio a público defender o enteado, e dizer que bandidos invadiram o condomínio em busca de Flávio para matá-lo.

Além de Valeiko, cinco pessoas foram presas suspeitas de terem participação no crime:

  • Elizeu da Paz, indiciado pela polícia pelo crime de homicídio;
  • Mayc Parede, também indiciado por homicídio;
  • Vittorio Del Gatto, indiciado por omissão. Ele chegou a ser preso, mas teve liberdade concedida por problemas de saúde;
  • José Edvandro Martins de Souza Junior, 31 anos, que foi solto no fim de novembro;
  • Elielton Magno de Menezes Gomes Junior, 22, também solto;
  • A irmã de Alejandro, Paola Valeiko, também foi indiciada por fraude processual depois de confirmar que limpou a cena do crime.