Suspeitos de integrar milícia são presos em boate na Barra da Tijuca

Um dos presos é Rafael Luz Souza, conhecido como Pulgão, policial civil da ativa. #Manaus #Amazonas #Rio de Janeiro

Rio – A Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) prendeu na madrugada desta terça-feira, numa boate da Barra da Tijuca, quatro acusados de integrar uma milícia que atua em Realengo, Bangu e Campo Grande, na Zona Oeste.

Um dos presos é Rafael Luz Souza, conhecido como Pulgão, policial civil da ativa.

Além do agente, foram presos Antônio Carlos de Souza Filho, Célio Alves Palma Júnior e Weslley Rangel Santos.

Na ação, também foram apreendidos cinco fuzis, oito pistolas, uma metralhadora antiaérea, uma arma de paintball e munição de vários calibres.

Dois carros roubados e clonados também foram recuperados.

De acordo com a Corregedoria, os agentes foram informados, através de uma denúncia-anônima, de que Pulgão era frequentador da boate. Policiais já tinham ido ao local outras quatro vezes na tentativa de capturá-lo.

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Ainda segundo a Coinpol, Rafael, que é oficial de cartório da 5ª DP (Gomes Freire), disputava território com Wellington da Silva Braga, o Ecko, chefe da maior milícia do estado. A 34ª DP (Bangu) abriu uma sindicância para investigar se os fuzis apreendidos são os que desapareceram da delegacia.

Já Célio Júnior, de acordo com a Corregedoria, é acusado de matar o subtenente Mauro Sérgio Baptista em um conjunto habitacional em Paciência, na Zona Oeste do Rio. O PM reformado foi morto em maio deste ano ao ser abordado por criminosos na Rua 21 do Conjunto Manguariba. Os assassinos fizeram vários disparos. Mauro, que foi lotado no 27º BPM (Santa Cruz), morreu na hora.

Rafael Luz Souza, conhecido como Pulgão
Reprodução

Policial começou a ser investigado há pouco mais de um mês

Rafael Luz Souza, de anos começou a ser investigado há pouco mais de um mês após denúncias na Corregedoria da Polícia Civil de abandono de posto na 5ª DP (Gomes Freire). Segundo os corregedores, o oficial de cartório deveria fazer plantões durante alguns dias da semana. No entanto, o agente deixava a distrital e seguia, fortemente armado, para a boate na Barra da Tijuca. Lá ele se reunia com outros milicianos, segundo as investigações.

Durante o período de investigação, a Polícia Civil descobriu a ligação de “Pulgão”, como é conhecido, como sendo o chefe da “Facção Caroninha”, um grupo de milícia que disputa a Zona Oeste com o miliciano Ecko. Durante seis horas os policiais ficaram na porta da boate à espera de Pulgão.

Segundo o delegado Cristiano Maia, um dos responsáveis pela operação, alguns agentes foram infiltrados dentro da casa de festas para que danos colaterais fossem mínimos. “Ele estava dentro da boate. Houve até uma confusão em que ‘Pulgão’ se envolveu. A possibilidade de ter um efeito colateral era muito grande. Por isso só fizemos a prisão após ele sair”, disse o delegado.

Após a prisão de Pulgão, ele teria ficado aliviado. De acordo com os agentes, Rafael pensou que a ação era de rivais para o matá-lo. Ecko teria oferecido meio milhão pela cabeça do policial, segundo corregedores.