Teich diz à CPI que atraso nas vacinas foi por falta de planejamento

Ministro da Saúde, Nelso Teich, com o secretário executivo do ministério da Saúde. Sérgio Lima/Poder360 27.04.2020

O ex-ministro da Saúde Nelson Teich disse à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, nesta 4ª feira (5.mai.2021), que o Brasil poderia ter acesso mais facilitado a vacinas contra covid-19 caso tivesse um plano focado nisso.

“Numa estratégia onde a gente tivesse foco na vacina a gente provavelmente teria um acesso muito maior e mais precoce a vacinação.”

Ele declarou que durante o tempo que esteve à frente da pasta não havia vacina disponível para compra e que ele trouxe o teste da AstraZeneca/Oxford para o Brasil.

Para conseguir ter mais vacinas ele disse que seria preciso fechar contratos de risco como o com a AstraZeneca. Nesse caso, é quando se paga pelas doses antes de se saber da eficácia. Caso esta não seja comprovada, o dinheiro seria perdido.

“No meu período, não havia uma vacina ainda sendo comercializada – era ainda o começo do processo da vacina – e foi quando eu trouxe a vacina da AstraZeneca para o estudo ser realizado no Brasil, para o Brasil ser um dos braços desse estudo, na expectativa de que, trazendo o estudo, a gente tivesse uma facilidade na compra futura.”

IMUNIDADE DE REBANHO

Questionado pelos senadores sobre a teoria aventada para o combate à pandemia no Brasil da imunidade de Rebanho, quando uma grande quantidade de infectados geraria uma proteção comunitária contra o vírus, Teich disse que esse conceito é um erro.

“O que acabou acontecendo –eu até comentei antes– é que você teve nos lugares uma sobrecarga dos sistemas, porque você teve muito mais casos que o sistema podia receber”, declarou

“Isso é mais um item que deixa claro como é importante você já estar preparado gerencialmente para enfrentar uma pandemia, entendeu? Isso é mais uma coisa que a gente vai ter que aprender. Mas essa imunidade de rebanho, através de infecções, não, isso é um erro.”