Trump rompe, sem aviso, negociações comerciais com o Canadá

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Nova crise explode depois de Ottawa anunciar imposto digital de 3% sobre Big Techs norte‑americanas

O ex‑presidente Donald Trump decidiu, nesta sexta‑feira (27), interromper todas as conversas comerciais com o Canadá. Ele reagiu ao plano do governo canadense de cobrar um imposto digital das gigantes de tecnologia sediadas nos Estados Unidos, como Google, Meta, Amazon e Microsoft.

“O Canadá — país que já nos impõe tarifas altíssimas sobre laticínios — agora quer taxar nossos serviços digitais. É um ataque direto aos Estados Unidos”, escreveu Trump na rede Truth Social.

Retaliação em sete dias

Trump prometeu informar, dentro de uma semana, quais tarifas de retaliação recairão sobre produtos canadenses. Segundo ele, Ottawa “copiou” a União Europeia ao adotar a nova taxa sobre serviços on‑line, o que tornou inevitável a resposta americana.

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O republicano cancelou as negociações mesmo antes do prazo final de 9 de julho, que serviria para encontrar um entendimento sobre as chamadas “tarifas recíprocas”.

Como funciona o imposto canadense

O ministro das Finanças, François‑Philippe Champagne, confirmou que a cobrança entrará em vigor na próxima segunda‑feira. A alíquota fixada — 3% sobre receitas acima de US$ 20 milhões geradas no mercado canadense — vale retroativamente a 2022. Dessa forma, grandes plataformas digitais pagarão a conta logo no primeiro dia útil do novo regime.

Contraponto: acordo fiscal do G7 alivia Big Techs

Enquanto briga com Ottawa, Washington fechou um entendimento com os demais países do G7. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, informou que as multinacionais dos EUA não arcarão com o imposto global mínimo de 15% previsto no Pilar 2 da OCDE. O grupo planeja, entretanto, avançar numa solução multilateral “nas próximas semanas”.

Impactos imediatos
  • Tarifas de retaliação podem atingir exportações canadenses já em julho.

  • O clima de confiança entre os dois maiores parceiros do USMCA (acordo que substituiu o NAFTA) sofreu forte abalo.

  • Investidores temem nova guerra comercial em pleno ano eleitoral nos EUA.

  • Empresas de tecnologia, que aguardavam regras fiscais estáveis, encaram agora dupla incerteza — em solo norte‑americano e no mercado canadense.

O que especialistas dizem

Economistas lembram que os Estados Unidos representam o principal destino das exportações do Canadá, sobretudo nos setores de energia, automóveis e produtos agrícolas. Se vierem novas tarifas, preços ao consumidor podem subir nos dois lados da fronteira, pressionando ainda mais a inflação norte‑americana.