Para quem acompanha a história política do Amazonas, sabe da importância do ex-governador Amazonino Mendes (PDT). Suas gestões eram um reflexo daquele momento em que foi governador por duas vezes, uma época em que não havia Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e outros mecanismos que não eram respeitados e feitos de forma casuística, apenas para atender interesses de seus apaniguados ou jogar para a torcida.
Quem não se lembra de quando, em 2000, decidiu de uma canetada só, efetivar mais de dez mil servidores temporários? Ali ele feriu a constituição e a lei de contratação de servidores públicos, que somente pode ser feita através de concurso público. Mas foi visto como um bom governante quando na verdade cometeu crime de responsabilidade. Primeiro porque iria comprometer o orçamento do estado e depois pelo descumprimento da constituição.
Sua passagem pela prefeitura de Manaus no período de 2009 a 2012 também não foram os melhores anos de sua vida e poderia nem ter passado por isso. Se encontrou a cidade esburacada, esburacada deixou e ainda com rombos nos cofres públicos provocados pela contratação da empresa Emparsanco, que recebeu R$ 87 milhões da Prefeitura de Manaus para operação tapa buracos, sem, no entanto, comprovar a execução total dos serviços.
Também houve escândalo na contratação de empresa de coleta de lixo, Marquise, e na Consladel, empresa de monitoramento de trânsito com um rumoroso escândalo nacional.
Não obstante esses escândalos, Amazonino alternava seus dias entre raras idas ao gabinete e muitas idas para tratamento médico de diabetes. Doença aliás que provocou sua ida urgente para se operar em São Paulo há pouco menos de um mês, deixando em dúvida se conseguiria enfrentar uma campanha eleitoral e, tampouco, de dar continuidade na gestão de um estado de dimensões continentais.
Ficar conhecido como o governador que “rouba mas faz” também não é uma boa lembrança para nenhum político e isso sequer se admite em nossos tempos de redes sociais sendo impiedosas com ninguém.
Querer a volta de Amazonino em nome dos velhos tempos é não pensar no futuro do Amazonas e não levar em consideração em que se dá esse processo. Um governador cassado por compra de votos e cheio de denúncias de irregularidades sendo substituído por um deputado que tem mostrado uma boa capacidade de gestão, que é o caso de Davi Almeida.
Em um momento em que o país inteiro busca por alternativas de gestores, dispensar essa oportunidade com apostas sabidamente infrutíferas é desperdiçar um tempo que não temos mais, pois os problemas de segurança, saúde, educação e transporte precisam de respostas imediatas e o governo não pode ficar mais engessado do que está por conta desse processo eleitoral.
Com o Portal dos Barés