Pedido é que ex-presidente não fale mais sobre o ato terrorista em Brasília
O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL-RJ) foi aconselhado por um grupo de aliados a ficar em silêncio pelos próximos dias. O medo é que o antigo chefe do Executivo federal tente se defender das acusações que vem sofrendo dos opositores e dê munições aos seus inimigos políticos.
Após o ato terrorista , bolsonaristas mais radicais defenderam a ideia de Bolsonaro fazer uma live. Só que os aliados mais moderados convenceram o ex-governante a postar apenas um texto burocrático nas redes sociais. O conteúdo passou pelo crivo de lideranças políticas e também dos seus três filhos mais velhos.
Só que a situação piorou para os bolsonaristas com as centenas de prisões realizadas, além do afastamento de Ibaneis Rocha (MDB) do cargo de governador do Distrito Federal. Para piorar, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou a prisão de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF.
Há muito temor que apoiadores do ex-presidente prestem depoimentos e envolvam Bolsonaro no episódio. Para que o ex-presidente não dê munições aos seus adversários, o pedido de aliados é que ele fique em silêncio pelos próximos dias. Caso seja parado na rua, e receba questionamentos, que dê respostas vagas.
Sigilo
Outro tema que tem causado preocupação são os fins de sigilos de ações feitas por Bolsonaro. O gasto com cartão corporativo em padarias e restaurantes é tratado como injustificável. Por isso aliados querem que o tema perca fôlego e não ganhe a devida atenção da imprensa.
No entanto, para isso ocorrer, eles pedem que o ex-presidente não fale do tema. O grupo que ainda o apoia também solicitou que os responsáveis por agitar os militantes nas redes sociais procurem se engajar em outros assuntos.
Silêncio não deve ser eterno
Só que aliados não querem Bolsonaro em silêncio por muito tempo. A ideia é que o ex-presidente opte pela reclusão por mais algumas semanas. No entanto, o plano é que o ex-chefe do Executivo federal retorne ao Brasil ainda em março para fazer oposição a Lula.
A aparição de Marcos do Val defendendo os bolsonaristas presos não agradou o capitão da reserva. “Nenhum aliado gostou. O senador quer ocupar um espaço vago. Não podemos deixar”, falou um interlocutor de Bolsonaro.