Senadores de oposição apostam em caracterizar omissões do governo, enquanto bolsonaristas pretendem focar em desvios de recursos repassados
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 inicia a semana de trabalhos no Senado, nesta terça-feira (15/6), ouvindo o depoimento do ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo.
Ele estava no comando da secretaria em janeiro deste ano quando houve o colapso em Manaus, com pessoas mortas por falta de leitos e de oxigênio medicinal nos hospitais que recebiam pacientes com Covid-19.
O secretário chegou a ser preso pela Polícia Federal em uma operação que apura desvio de dinheiro do combate à pandemia, a partir de suposta organização criminosa no estado.
Diante do secretário, senadores de oposição e governistas têm objetivos diversos: a oposição pretende que ele esclareça as circunstâncias que levaram caos à capital amazonense e dê detalhes sobre os avisos e pedidos de ajuda feitos ao Ministério da Saúde. Na época, o titular da pasta era Eduardo Pazuello.
Em depoimento à CPI, Pazuello informou ter ficado sabendo da crise no estado no dia 10 de janeiro. A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação, Mayra Pinheiro, indicou que o ministro foi informado sobre os problemas dois dias antes, em 8 de janeiro.
Campêlo, para os oposicionistas, pode ajudar a caracterizar a demora do governo federal em providenciar recursos e insumos.